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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Orientações de Allan Kardec: segurança para as comunicações com os espíritos

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Orações milagrosas, oferendas, rituais, vestimentas especiais, talismãs, amuletos, incensos e imagens estiveram e ainda estão presentes em todas as épocas e em todos os povos na busca pela comunicação com a espiritualidade.
O Brasil não ficou isento dessas práticas que ainda formam a religiosidade de algumas crenças. Junte-se a elas, a cultura dos índios e africanos, misturados às manifestações da Igreja.
Como ainda sofremos de uma marcante "preguiça mental", essas práticas foram assimiladas com muita facilidade. Que maravilha se existisse uma "fórmula milagrosa" que nos guardasse de todos os perigos e, de quebra, resolvesse todos os nosso conflitos e problemas! Que surpreendente seria se existisse um ritual que nos colocasse em contato imediato com os espíritos, sem nenhum esforço!
O uso dessas práticas trouxe um ponto negativo para o Espiritismo, o qual é, erroneamente, confundido com elas. Não é de hoje que a Doutrina Espírita é encarada como prática perigosa, confundindo-se os seus  reais objetivos. Fala-se de um assunto sem saber nada a respeito dele. Isso acontece desde os tempos de Allan Kardec, no século 19, onde a Doutrina e ele mesmo foram ridicularizados várias vezes justamente pela falta de conhecimento de seus acusadores.
No entanto, os que começam a frequentar casas espíritas, sem nada conhecerem a respeito, descobrem um ambiente e ensinamentos totalmente diversos. Palestras, estudos, evangelho, mediunidade, caridade: essas são as temáticas principais nas casas espíritas cujas atividades estejam baseadas nas orientações de Kardec.
Justamente por ter sido alguém sempre preocupado com a verdade, Kardec pesquisou a fundo todos os tipos de manifestações espíritas, todas as formas da mediunidade, conversando com espíritos de todos as categorias e níveis. Ele nos deixou orientações seguras, baseadas nos ensinamentos dos Espíritos Superiores que o assistiam. E, justamente por terem provado a ineficácia de práticas estranhas, por enfatizar que é através do pensamento que nos colocamos em contato com espíritos de tendências semelhantes às nossas, é que Kardec é tão pouco considerado.
É muito mais fácil utilizar uma fórmula mágica do que nos reformamos intimamente, segundo os padrões do Evangelho; é muito mais fácil participar de rituais, do que educar nossos pensamentos...
Em seu livro "O que é o Espiritismo", obra complementar publicada em 1859, que contém um resumo prático dos principais conceitos espíritas, Kardec esclarece o assunto no item 49:
"A crítica malevolente compraz-se em representar as comunicações espíritas como cercadas de práticas ridículas e supersticiosas da magia e da necromancia. Se aqueles que falam do Espiritismo sem o conhecer tivessem tido o trabalho de estudar o assunto de que desejam tratar teriam economizado desgastes de imaginação ou alegações que não servem senão para provar sua ignorância e sua má vontade.
Para esclarecer as pessoas estranhas à ciência, diremos que não existem, para a comunicação com os Espíritos, nem dias, nem horas, nem lugares mais propícios uns do que outros; que não são precisas, para evocá-los, nem fórmulas, nem palavras sacramentais ou cabalísticas; que não há necessidade de nenhuma preparação, nem de nenhuma iniciação; que o emprego de qualquer sinal ou objeto material, seja para atraí-los, seja para repelí-los, é sem efeito, e que basta o pensamento; enfim, que os médiuns recebem suas comunicações tão simples e naturalmente como se fossem ditadas por uma pessoa viva, sem sair do estado normal. Só o charlatanismo poderia afetar maneiras excêntricas e adicionar acessórios ridículos.
 O apelo aos Espíritos se faz em nome de Deus, com respeito e recolhimento. É a única coisa a ser recomendada às pessoas sérias que querem manter relações com Espíritos sérios."
Se desejamos, sinceramente, alcançar equilíbrio em nossa vida; se estamos realmente interessados em conhecer e desenvolver a mediunidade para a prática da caridade; se buscamos a proteção dos Espíritos Benevolentes; e enfim, se almejamos uma vivência espiritual segura, no contato com os espíritos, devemos nos dedicar com afinco às diretrizes que Allan Kardec nos deixou, depois de anos dedicados, exaustivamente, para a organização dos ensinamentos espíritas. Somente através das diretrizes contidas nas obras de Kardec é que encontraremos a segurança espiritual necessária para o intercâmbio com a espiritualidade.


(Tema apresentado na reunião pública do dia 11 de abril de 2011)

Um comentário:

silvania disse...

Muito organizado e claro. Gostei muito, obrigada. Silvania.