Ao longo da prática e do exercício da mediunidade, muitas vezes o médium atravessa momentos de intensos obstáculos de ordem puramente material, impedindo, de alguma forma, a sua dedicação e participação regular nas reuniões mediúnicas.
Sendo o médium um indivíduo como outro qualquer, enfrenta igualmente obrigações relacionadas ao trabalho profissional, aos compromissos familiares, aos problemas de saúde próprios ou de familiares, os quais acabam por interferir no exercício de sua mediunidade.
Muitas vezes, devido à pressão que recebe por parte da casa espírita que frequenta, não se sente à vontade para conversar abertamente sobre o assunto com o responsável pelas atividades mediúnicas. Esse fato acaba por complicar sua situação individual, interferindo igualmente no grupo mediúnico.
Atualmente as casas espíritas oferecem horários alternativos em suas atividades de estudo doutrinário, palestras, aplicação de passes, etc, com o objetivo de se adequarem às imposições de ordem material de seus frequentadores.
Se o médium não puder participar das reuniões mediúnicas por esses motivos, não deve abandonar sua participação na casa espírita que frequenta, devendo buscar outros horários nos quais possa comparecer, até que sua situação volte ao normal. Abandonando totalmente as atividades acabará por se comprometer mais ainda, dificultando seu equilíbrio íntimo.
Sobre essa importante questão, o livro "Conversando sobre mediunidade", de autoria do Espírito Cairbar Schutel, psicografado pelo médium Abel Glaser, apresenta valiosas orientações sobre esse problema. Essas recomendações se aplicam igualmente aos trabalhadores da casa espírita, mesmo que não atuem como médiuns, e também aos frequentadores regulares.
"É dever de cada médium envidar esforços para que os problemas de ordem material, inclusive os econômicos, não sejam impedimento ao regular exercício da mediunidade.
Por vivermos numa sociedade onde o materialismo ainda dispõe de raízes profundas, nem sempre é fácil superar as dificuldades materiais. A maneira de evitar o desequilíbrio, nesses casos, é lembrar sempre que a vida encarnada neste planeta é passageira, não representando de forma alguma o último degrau da caminhada de cada Espírito.
O médium necessita de sua atividade material para sobreviver, porém, ao participar de uma atividade mediúnica deve colocar de lado seus interesses pessoais, colaborando com um plano de vida diferente daquele o preocupa diuturnamente.
O desequilíbrio e o despreparo de qualquer médium devem ser resolvidos fora do exercício mediúnico propriamente dito. Não estando preparado para essa colaboração com a Espiritualidade, é preferível o não comparecimento às reuniões para trabalhar, já que não há lugares cativos em mesas mediúnicas. Pode participar de palestras, receber passes, não se utilizando de sua mediunidade em proveito próprio.
Convém lembrar, entretanto, que não deve deixar essas atividades para cair no negativismo materialista, mas sim, para buscar no tratamento da assistência espiritual, no estudo, na meditação e na prece o reequilíbrio que lhe permita retornar ao trabalho mediúnico com desprendida dedicação."
(Tema apresentado na reunião pública do dia 10 de outubro de 2011)
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