quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A responsabilidade dos frequentadores das casas espíritas

Sabe-se que o público presente em reuniões espíritas públicas, nas quais normalmente se apresenta uma palestra seguida de passes aos presentes, é de grande rotatividade.
As pessoas buscam as casas espíritas, inicialmente, com um objetivo único: encontrarem a solução para os problemas que as afligem, sejam eles de natureza física e/ou espiritual. A maioria dessas pessoas, ao sentirem que suas aflições se amenizam, após participarem regularmente durante algum tempo às reuniões, afastam-se e não mais retornam (até que outro problema apareça).
Outras, no entanto, embora em número muito menor, tornam-se freqüentadores assíduos, passando até a fazer parte de outras atividades oferecidas pela casa espírita, como as reuniões de estudo, as de assistência social e material aos menos favorecidos, entre outras. Embora não atuem mediunicamente, envolvem-se com as atividades da casa espírita.
As reuniões públicas são de grande importância para a divulgação do Espiritismo. Nesses dias, um grande número de trabalhadores, não apenas os encarnados mas, sobretudo, os desencarnados, atuam em favor dos participantes.
Assim como é dever dos trabalhadores espíritas, nesses dias, uma disciplina maior, para atendimento aos necessitados, num ambiente harmonioso, os freqüentadores das reuniões públicas também têm responsabilidades no bom andamento das atividades desenvolvidas, bem como no ambiente espiritual nesses dias.
Geralmente os freqüentadores, principalmente os iniciantes com pouco ou nenhum conhecimento doutrinário, julgam que a tarefa de assistência espiritual cabe inteiramente aos médiuns, doutrinadores e dirigentes das casas espíritas; aos participantes, cabe apenas aguardar o momento de serem atendidos, sem nenhuma contribuição individual no processo.
Enganam-se os que assim pensam. Uma reunião espírita séria, cujo objetivo principal seja o de assistir espiritualmente os que necessitam, sejam eles encarnados e/ou desencarnados, contando para isso com o auxílio de uma equipe de Bons Espíritos, assemelha-se a um grande concerto musical: os músicos, os instrumentos e o maestro, por melhores e mais capacitados que sejam, nada conseguirão realizar se a platéia for inquieta, indisciplinada, desatenta.
O mesmo acontece nos dias das reuniões espíritas, sobretudo as públicas, as quais reúnem pessoas com interesses tão heterogêneos.
Quando os participantes chegam às reuniões espíritas públicas normalmente recebem uma pequena mensagem para leitura; no ambiente, geralmente uma música suave convida ao recolhimento interior, à prece, à meditação. Mas, tão logo comece a explanação, muitos não conseguem permanecer, durante meia hora, com a atenção voltada ao expositor e ao tema abordado; acabam fechando os olhos e dormindo profundamente... E com essa postura, freqüentam as reuniões por anos, sem se preocuparem com o que acontece ao seu redor, sem oferecerem nada de si aos demais, que talvez necessitem muito mais do que eles mesmos... Tais pessoas não demonstram comprometimento algum, nem com a Doutrina Espírita, nem com a casa espírita que as acolhe, nem com os demais participantes...
Allan Kardec deixou bem claro que a união de intenções só se concretiza quando todos direcionam seus pensamentos para o mesmo alvo; que a oração em conjunto terá resultados notáveis somente quando todos estiverem compenetrados dos mesmos objetivos. Sobre esse assunto, assim ele comenta em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo 28, item 5:
“Para estarem reunidos em nome de Jesus, não basta a presença material, pois é necessário que o estejam espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos, voltados para o bem. (...) Não é o maior ou menor número que atrai os Espíritos, pois se assim fosse, Ele podia ter dito, em vez de duas ou três pessoas, dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que as anima reciprocamente.”
Cabe aos responsáveis por essas reuniões, o esclarecimento aos participantes, para aprenderem que a presença compenetrada e responsável por parte de todos é igualmente importante e fundamental para o bom andamento da assistência espiritual a ser oferecida aos presentes. Embora inicialmente busquem apoio espiritual somente para seus problemas individuais, devem aprender, aos poucos, a orar e meditar igualmente em favor de todos os presentes, nos dois campos da vida. Precisam saber que, apesar de nossas imperfeições, os Bons Espíritos contam com a nossa colaboração para o benefício coletivo, e isso se dá através das boas vibrações que possamos direcionar em favor de todos.
Além disso, em muitos casos, o que essas pessoas necessitam para se sentirem realmente melhores, seja justamente uma participação mais ativa e responsável na casa espírita, buscando esclarecer-ser e melhorar-se!

(Tema apresentado na reunião pública do dia 14 de novembro de 2011)

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