O Evangelho segundo o Espiritismo - Capítulo VI: O Cristo Consolador. |
Na época de Moisés e
mesmo naquelas que o precederam, o sofrimento era considerado como um castigo
dos deuses, para os pagãos e, para os hebreus, que concebiam e cultivavam a
crença no Deus único, o sofrimento também era considerado como uma punição,
mesmo porque, para eles, Deus, embora protetor e criador, era um juiz
implacável. O sofrimento era a maneira pela qual Ele se expressava para dizer
às suas criaturas que elas estavam vivendo em desobediência às suas leis e a
dor viria como um meio de castigo, até que retornassem à obediência. Deus era
mais temido do que amado. Durante esse período, a humanidade ainda se
encontrava numa fase de infância espiritual em relação às profundas questões de
natureza espiritual, incluindo a concepção sobre o próprio Criador.
Séculos e séculos
depois, mais amadurecida espiritualmente, vem Jesus nos trazer os ensinamentos
divinos com uma nova visão. Mostrou à humanidade de então, que Deus era justo
mas igualmente e infinitamente misericordioso e o tratava por “Pai”. Jesus
também ensinou que o sofrimento, quando aceito e suportado com resignação, coragem
e submissão a Deus, seria a garantia da felicidade futura. Ensinou e
exemplificou a necessidade de suportarmos, com paciência, as decepções e as
vicissitudes da vida, pois esse é o caminho que nos concederá o direito da vida
eterna.
Por esse motivo, o
Sermão do Monte é um convite ao encorajamento diante da dor. Jesus expõe as
consolações reservadas aos que sofrem, mas suas promessas se dirigem ao tempo
futuro. Se considerarmos que viveremos “para sempre”, que nunca deixaremos de
existir, que a vida é eterna, compreenderemos melhor as promessas de Jesus,
garantindo novas existências com menos sofrimento, se confiarmos nEle e em Seus
ensinamentos. Jesus mostrou que o sofrimento faz parte da vida como um meio de
atingirmos a felicidade e a glória espiritual. Jesus falou ao nosso coração.
No entanto, nem nos
tempos de Moisés e nem nos tempos de Jesus ficou claro o por que do sofrimento,
isto é, por que sofremos, por que a dor é necessária, por que ela faz parte da
vida? Era preciso que a
humanidade amadurecesse mais ainda e, somente 1800 anos depois da vinda de
Jesus é que ela estava preparada para receber novas lições. Com o advento da
Doutrina Espírita, marcada pelo lançamento de “O Livro dos Espíritos”, em 1857
por Allan Kardec, chegava à humanidade o Consolador prometido por Jesus,
falando diretamente à nossa razão, respondendo aos “por quês” da vida,
sobretudo quando sofremos.
O Espiritismo nos
esclarece que o sofrimento representa a forma pela qual nos reequilibramos perante
a harmonia divina, baseada totalmente na lei do amor. Toda vez que cometemos
uma infração à essa lei, encontraremos, como conseqüência inevitável, a
necessidade de nos equilibrarmos e isso se dá através da dor, único
instrumento, por enquanto, capaz de nos reajustar às leis divinas, que
insistimos em subestimar.
O Espiritismo nos
ensina que existe uma causa justa e um objetivo útil para todas as dores. Ou
seja, a causa é justa porque Deus é justo, e o objetivo é útil pois auxilia
nosso progresso espiritual. Segundo o Benfeitor
Emmanuel, “a dor é aviso santificante”, informando-nos de que algo está errado
conosco, seja essa dor de natureza física ou moral.
No capítulo V de “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec dedicou muitas orientações sobre a
questão do sofrimento, suas causas – atuais e anteriores – como também
disponibilizou várias instruções dos Espíritos sobre o assunto. Toda vez que estivermos
enfrentando momentos difíceis, façamos uma releitura desse Capítulo pois
certamente encontraremos muitas respostas, acalmando nossa razão e consolando
nosso coração. Destacamos a lição: “Bem sofrer e mal sofrer”, do
Espírito Lacordaire. Diz o Benfeitor Espiritual: “O desânimo é uma falta. Deus
vos nega consolações se não tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da
alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apóie numa fé ardente
na bondade de Deus. Tendes ouvido frequentemente que Ele não põe um fardo
pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa
será proporcional à resignação e à coragem”.
Em nosso atual
estágio evolutivo, infelizmente, ainda temos necessidade do sofrimento e da dor
para progredirmos espiritualmente. Não há outro recurso educativo para nossa
alma.
Lentamente, no
entanto, tomamos consciência de um ensinamento que Jesus nos deixou e que a
Doutrina Espírita tomou como bandeira: “Fora da caridade não há salvação”, ou
seja, Jesus nos ensinou que se quiséssemos alcançar a vida eterna, era preciso
amar a Deus e ao próximo, fazendo a ele tudo o que gostaríamos que ele nos
fizesse. Essa é prática da caridade que encontramos nos ensinamentos espíritas,
como sendo uma forma de amenizarmos nossas dívidas perante a vida e
acelerarmos, ao mesmo tempo, nosso progresso espiritual.
Nosso sofrimento
diminui quando diminuímos o sofrimento do nosso irmão. Conquistamos momentos de
alegria em nossa vida quando promovemos a alegria para os que sofrem. Foi o que
Jesus nos ensinou, mas ao longo de tantos séculos, esquecemos e por isso, ainda
hoje, sofremos...
(Tema abordado na reunião pública do dia 8 de outubro de 2012)
3 comentários:
Obrigada pela explicação concisa, direta e simples sobre o tema da dor,e pelas indicações dos livros da codificação, muito importante para podermos pesquisar e estudar mais sobre o assunto.Bom trabalho!
Prezada amiga! Somos nós que agradecemos por sua atenção e carinho! Desejamos-lhe muita paz e saúde, serenidade e sabedoria!
Preciso de auxilio:conheci um rapaz e em duas semanas juntos descobrimos ser metades um do outro.namoramos por 1 ano intensamente.E um belo dia dia ele pediu a separação por estar forte demais a relacao.ele tinha uma vida ja e deu preferencia a esta vida claro.achamos que seria um caso sem nada.fomos pegos de surpresa.nos separamos, nao o prendi de jeito nenhum.apos a separação sofri, chorei, queria morrer, era uma morta viva, nao sorria e uns 06 meses apos me recuperei.hoje tem 01 ano de separados.ja conseguia sorrir que é o meu melhor.mas uma dor no meu coração de manha e a noite insiste em perturbar.as pessoas falam saia, namore, arrume algo pra fazer.mas eu trabalho, estudo, saio, com um novo namorado a mesma coisa.fora que rapazes saem do meu caminho.notavel isso.esta tudo bem nos proximos encontros nao acobtece.a conversa é otima, nao acontece relacao intima e o cara vai embora.depois via telefone elogia sente saudade.mas nao vai.preciso de ajuda quando esta dor forte no coracao.nao é problema de saude, o medico diz q esta tudo bem.o que é esta dor depois que ele foi embora, sera alguma conexão? ??.eu vi a foto dele e ele emagreceu horrores
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