domingo, 3 de outubro de 2010

3 de outubro: aniversário de nascimento de Allan Kardec - um homem de bem

Allan Kardec (Lyon-1804, Paris-1869)

Nascido em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804, numa família respeitável pelas suas virtudes, ele recebeu dos pais uma educação aprimorada. Pode-se dizer, portanto, que o meio foi o mais propício para o desenvolvimento de suas boas tendências. Todas as qualidades morais, que concorrem para formar o homem de bem, foram logo desabrochando no jovem Hippolyte Rivail e constituíram sempre o fundo de seu caráter.

Quando tinha 50 anos de vida é que começou a estudar as manifestações dos espíritos; era já um homem experimentado nas lutas da vida, mas sempre guiado por uma consciência reta. O Espiritismo não lhe veio trazer a transformação súbita do caráter, não veio modificá-lo de chofre, dando-lhe imediatamente qualidades que não possuía. Já o encontrou, por assim dizer, formado. Ele já era um espírito evoluído, com longas experiências e missões de outras vidas, perfeitamente aparelhado, portanto, para desempenhar a nova missão que trazia.

Na vida, a coragem nunca lhe faltou. Ele não desanimava nunca. A calma foi sempre uma das feições mais salientes de seu caráter. Ficando logo arruinado, perdendo toda a sua pequena fortuna no começo da vida, sempre exercitando a caridade, e, já casado com a mulher, que foi depois incansável na propaganda de suas ideias, ele consegue por meio de um labor obstinado readquiri-la quase toda no ensino, escrevendo ao mesmo tempo trabalhos didáticos, fazendo traduções de obras estrangeiras ou preparando a escrituração de estabelecimentos comerciais. Ainda assim, não lhe faltava a coragem para fazer benefícios à mocidade pobre, abrindo cursos gratuitos de ciências e línguas. Era essa mesma coragem que ele devia mostrar mais tarde, no momento tempestuoso da formação da doutrina, recebendo sempre com a maior serenidade, sem nunca revidá-los, os ataques mais veementes dos adversários, as injustiças e as ingratidões dos amigos. As cartas anônimas, as traições, os insultos e a difamação sistemática, perseguiram esse homem laborioso. Tudo, porém, ele sabia perdoar.

De um humor às vezes alegre, mas brilhante, tinha um talento especial para distrair os amigos e convidados, que os tinha sempre em casa, dando algumas vezes certo encanto às reuniões. Quem contempla seu retrato não pode ter a idéia do que foi seu caráter, não pode imaginar que naquela figura vigorosa, de fisionomia tão austera, aparentando antes uma rigidez exagerada de sentimentos, pouco disposta a perdoar faltas, se escondia uma alma tão boa, tão simples e tão generosa.

O princípio, enfim, que constitui para o Espiritismo o fundamento de sua moral: “Fora da caridade não há salvação”, pode-se garantir, foi sempre a sua bandeira. “Faço o bem quanto o permitem minhas condições, já dizia ele num antigo documento encontrado entre seus papéis, presto os serviços que posso, nunca os pobres foram enxotados de minha casa, nem tratados com dureza, antes são acolhidos com benevolência. Continuarei a fazer o bem que me for possível, mesmo aos meus inimigos, porque o ódio não me cega, estender-lhes-ei sempre as mãos para os arrancar aos precipícios, quando para isso se me oferecer ocasião."

(Fonte: Allan Kardec e o Espiritismo - autoria de Chrysanto de Abreu)

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