Nossos visitantes

Agradecemos a todos os que nos dão a alegria de sua visita, ajudando-nos na divulgação da esclarecedora e consoladora mensagem espírita. Rogamos a Deus que a todos ilumine e proteja, com nossos votos de paz e saúde, amor e harmonia, onde quer que estejam...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um desejo para o novo ano: errar menos e acertar mais



O objetivo fundamental da religião é religar-nos a Deus, religar a criatura ao Criador. Como consequência, desenvolver e fortalecer a confiança em Seus Desígnios.
A religiosidade deve fazer parte de nossa vida como um direcionamento de nossas aspirações mais nobres, como um “norte” em nossa vida de relação. Ela deve satisfazer nossas aspirações mais elevadas e, ao mesmo tempo, estar apta a esclarecer os aspectos mais complexos da vida, sobretudo nos momentos de dor.
Para muitas pessoas, seguir uma determinada religião ou uma determinada seita ou filosofia é a garantia de sua “salvação”. Essa idéia está relacionada com o desejo de algum tipo de privilégio, de menor esforço para se alcançar a posição de “estar salvo”.
No entanto, é preciso definir primeiramente o que significa salvar. Essa palavra significa estar livre de perigo ou de algum tipo de risco.
Em relação ao seu uso no campo religioso, significa estar livre do erro ou do mal, de tudo aquilo que nos afaste de Deus. Ou seja, vivendo de acordo com Suas Leis, estaremos a salvo e, consequentemente, adquirimos o direito à felicidade eterna.
Com Jesus, esse conceito se ampliou. Ele não fundou nenhuma religião, assim como nunca afirmou que para “ser salvo” fosse preciso seguir essa ou aquela crença religiosa. Ele colocou nossa “salvação” integralmente na prática da caridade constante para com todos e em todos os momentos.
Se uma religião não auxiliar o homem a se tornar menos egoísta, menos orgulhoso, menos apegado aos bens materiais; se ela não o auxiliar a ter mais compaixão pela dor de seus semelhantes, nem mais humilde e submisso às determinações divinas, cedo ou tarde ela irá desmoronar. Essa é a simbologia da “figueira seca até as raízes”  (Marcos, cap. 11) narrada nos Evangelhos. Com essa alegoria, Jesus condenou todos aqueles que, de alguma forma, podem fazer o bem e não o fazem, sejam os homens ou as doutrinas por eles mesmos fundadas. Sendo assim, se uma religião não auxiliar as pessoas a se tornarem melhores, ela tem os seus dias contados, comprometendo mais ainda aqueles que a ela se entregaram, seja por ingenuidade ou por interesses próprios de algum tipo de vantagem.
Allan Kardec igualmente não “fundou” o Espiritismo. Ele foi o organizador dos ensinamentos dos Espíritos (e que Espíritos!), apresentando tríplice fundamento: ciência, filosofia e moral. Todos estão baseados integralmente na moral evangélica. Kardec também nunca afirmou que para alcançarmos nossa “salvação” seria necessário aceitar o Espiritismo. Ampliando esse conceito os Espíritos Superiores nos deixaram um ensinamento muito mais abrangente: nossa salvação está na prática da caridade. Esse é o lema principal da Doutrina Espírita.
O Espiritismo não se enquadra no conceito vulgar de Religião. Ele não tem hierarquias, não tem rituais, nem dogmas, nem paramentos, nem sacramentos. Mas, para os seus verdadeiros adeptos, que a vivenciam integralmente, a Doutrina Espírita adquire um caráter religioso, devido às conseqüências morais que apresenta, tanto para a vida como para o trabalho.
Recordando Chico Xavier: sempre que ele se via rodeado de pessoas, vez ou outra rogava que orassem muito por ele, para que conseguisse errar menos e acertar mais.

Toda vez que colocamos a caridade em ação, estamos no caminho da nossa salvação. Toda vez que praticamos o bem, estamos no caminho certo para nossa união com Deus. Toda vez que optamos pelo bem, estamos acertando mais e errando menos.

(Tema apresentado na reunião pública do dia 26 de dezembro de 2011)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Por que e para que Jesus nasceu entre nós?


Quando perguntamos o “por que” sobre um determinado fato desejamos saber a causa que o originou, o motivo de seu acontecimento. Se a pergunta for “para que”, o que se deseja saber é o objetivo do fenômeno analisado.
Em relação a Jesus, o motivo de seu nascimento entre nós se deve ao mais sublime de todos os sentimentos: o amor. Benfeitores Espirituais nos ensinam que Ele é o governador de todo nosso sistema solar, o que equivale a dizer que Ele é o responsável pelos bilhões e bilhões de Espíritos que pertencem a essa grande comunidade. Ele mesmo se denominou como sendo o pastor de um grande rebanho, do qual nenhuma ovelha se perderia. Movido pelo mais alto grau de compaixão por nossas limitações e fraquezas decidiu-se a vir, Ele mesmo, ao nosso convívio.
Mesmo sabendo que seu nascimento seria recebido com indiferença, que sua infância e juventude passariam desapercebidas e que sua missão incomodaria a muitos, não deixou de vir, porque muito nos ama... Diz o Espírito Emmanuel em seu livro Vinha de Luz, psicografia de Francisco C. Xavier:
“Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dEle abrange as eras, Sua experiência abarca as civilizações, Seu devotamento nos envolve há milênios...”
Desde que surgiram os primeiros agrupamentos humanos, Ele nunca deixou de enviar colaboradores ao nosso planeta para auxiliar nosso progresso material, moral e intelectual. Enviou filósofos iluminados para renovarem o pensamento dos homens em relação à vida; enviou médicos, cientistas e pesquisadores dedicados, com o objetivo de auxiliar o progresso das ciências, minimizando a dor física e melhorando a qualidade da vida material; enviou condutores fiéis para ensinar aos homens o caminho bem...
No entanto, quando a humanidade estava amadurecida o bastante para compreender uma mensagem mais espiritualizada e sutil, sobre o mais nobre de todos os sentimentos, aquele que deve direcionar os relacionamentos humanos, dignificando a existência, Ele não enviou substitutos. Veio Ele mesmo para nos ensinar o caminho do amor, em todas as suas possibilidades: amor a Deus e amor ao próximo, amor a si mesmo e aos inimigos.
No mesmo livro citado acima, diz o benfeitor Emmanuel:
“No momento julgado essencial para o lançamento do Reino de Deus entre os homens, veio, Ele mesmo, à nossa esfera de sombras e conflitos. Não enviou substitutos ou representantes. Assumiu a responsabilidade de seus ensinamentos e, sozinho, suportou a incompreensão e a cruz.”
Livro:"Pontos e contos" - Natal simbólico (Espírito Irmão X,  médium Francisco C. Xavier)

Em relação aos objetivos de Sua vinda, Ele mesmo nos disse: “Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância”. É claro que Ele não se referia a abundância de bens materiais mas sim, abundância de bens espirituais, tendo como base o amor verdadeiro entre todos. Exemplificou, a todo momento, que o caminho para conquistarmos a verdadeira vida está baseado na aplicação da prática do bem, fazendo aos outros o que desejamos para nós mesmos. É como se Ele nos dissesse: se vocês seguirem os meus ensinamentos conseguirão suportar com mais facilidade as dificuldades inerentes à vida material; se aplicarem a regra do amor e da caridade em seus relacionamentos conquistarão a paz da consciência e o equilíbrio próprio. Ele nos deixou um roteiro, não com palavras somente, mas com demonstrações e exemplificações daquilo que ensinava. Seus ensinamentos continuam e continuarão sendo a maior e mais bela mensagem dos Céus para a Terra.

(Tema apresentado na reunião pública do dia 19 de dezembro de 2011)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fazendo contas!

Na época do nascimento de Jesus, o imperador romano era Caio Júlio César Otaviano (63 aC-14 dC), denominado o Augusto (Venerável). Durante seu governo, um sentimento de expectativa, de alegria e esperança pairava sobre todos, sem que se conhecesse o motivo. Grandes artistas, em todas as áreas, imprimiram em suas obras, esse sentimento de alegria e euforia interior. Segundo o Espírito Irmão X, em seu livro “Boa Nova”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, isso se dava porque a equipe de Espíritos colaboradores de Jesus se aproximava da Terra, preparando seu nascimento e a implantação de seu Evangelho entre os homens. A atmosfera espiritual da Terra se modificava, ao contato desses Espíritos evangelizados.Clique aqui para ler o primeiro capítulo desse livro onde se encontram mais informações sobre esse acontecimento.
Sob as ordens do Imperador Augusto foi instituído um recenseamento, prática também aplicada por outros governantes romanos que o sucederam. Segundo relatam os evangelistas, José, esposo de Maria, sendo natural de Belém, deveria comparecer a essa cidade para participar do recenseamento. Naqueles tempos, Belém estava situada na Judéia (região sul de Israel), enquanto Nazaré, onde residiam os pais de Jesus, ficava na Galileia (ao norte). Atualmente, Belém fica ao sul de Jerusalém, em território palestino (Cisjordânia).
Contam os evangelistas que, depois de longa viagem, José e Maria, ao chegarem em Belém, não encontraram um local para se instalarem. As hospedarias, que deveriam ser em pouco número, estavam lotadas, e o casal teve que se acomodar em uma estalagem. Essa passagem é bastante conhecida e não há necessidade de relatarmos na íntegra.

A pergunta que colocamos é a seguinte: por que motivo as pessoas que estavam abrigadas nas hospedarias não cederam um local mais adequado para que a jovem gestante pudesse se acomodar com mais dignidade? O que estariam fazendo de tão importante para não se preocuparem com a presença de uma jovem em avançado estado de gestação?
Encontramos a resposta em uma mensagem intitulada "Bilhete a Jesus", (clique aqui para ler a mensagem na íntegra)ditada pelo Espírito Irmão X, em seu livro "Luz acima", psicografado por Chico Xavier: por que estavam fazendo contas! 
Sim, contas. Eles estavam ali hospedados igualmente por causa do recenseamento. Se o governo romano exigia prestação de contas, os judeus se esmeravam em sonegar a declaração de seus bens, justamente para pagarem menos impostas aos romanos. Contar rebanhos, produção agrícola e dimensionar propriedades: tal era a preocupação mais urgente naqueles dias. Quem iria se preocupar com o fato de que ali estava uma jovem mãe prestes a dar à luz? Quem é que se lembrou, naqueles momentos, de que se cumpria uma antiga profecia: a de que o Messias seria descendente de Davi, que havia sido natural de Belém?
Os tempos passaram, os cenários mudaram, os homens trocaram de papéis, mas a humanidade continua preocupada em fazer contas, tantas contas, que não sobra tempo e nem lembrança da presença de Jesus, muito menos de seus ensinamentos.
Por que e para que Jesus nasceu entre nós? Poucos sabem a resposta...
Na atualidade as preocupações não são tão diferentes daquela época; hoje contamos com quanto dinheiro dispomos para a compra de presentes, para a ceia de Natal, para as férias; e depois contamos quanto tempo levaremos para pagar as dívidas contraídas. Contam-se quantas pessoas irão participar da ceia, quanto tempo os assados deverão  ficar no forno, quantos pratos, copos e talheres, bebidas, etc, etc...
E tão depressa quanto chegou, a euforia e as comemorações se vão, deixando um vazio, uma tristeza e uma angústia que ninguém sabe explicar... É que, mais uma vez, a presença de Jesus não foi notada já que estávamos preocupados demais, contando, contando... Para Ele reservamos um espaço e um tempo diminutos, distantes dos nossos interesses...
Jesus nasceu assim, num clima de total indiferença quanto à Sua Presença entre os homens...e assim Ele continua, silencioso e humilde, aguardando nosso demorado despertar...
---
Nota importante: As frases citadas nas ilustrações são de autoria do Espírito Irmão X e constam na mensagem " Natal simbólico", em seu livro " Pontos e contos".

(Tema apresentado na reunião pública do dia 12 de dezembro de 2011)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Observando o céu

Monumento Nacional das Pontes Naturais, em Utah, EUA:
Fonte: National Geographic - www.ngbrasil.com.br

A observação do céu, numa noite estrelada, é prática pouco comum nos dias atuais. Crianças, jovens e adultos têm passado pela Terra sem voltar os olhos para o céu. Isso equivale a dizer que passam pela vida material com pouco ou nenhum conhecimento de noções elementares de Astronomia. Igualmente as escolas, com raras exceções, incentivam tal prática ou se preocupam em transmitir aos seus alunos tais saberes.
O mundo material está repleto de atrativos de todo tipo, desviando o interesse humano sobre conceitos transcendentes. O Sol nasce e se põe, a Lua brilha e se esconde, as estrelas cintilam e se apagam sem que esses espetáculos da Natureza consigam chamar a atenção da maioria das pessoas... A concentração da população humana nos centros urbanos também dificulta a visualização do céu noturno devido à claridade das luzes das cidades, o que contribui para a falta de interesse nessa área.
O Espiritismo é uma doutrina que nos convida ao estudo incessante, não apenas de seus princípios, mas igualmente ao conhecimento de outras ciências, como fundamento para maior compreensão da grandeza divina e de sua criação. A literatura espírita, através de sábios Benfeitores Espirituais, traz noticias sobre estrelas e planetas onde seus habitantes já atingiram um desenvolvimento espiritual mais avançado do que a Terra.
Sendo esse tema extremamente extenso, apresentaremos apenas algumas obras nas quais há referências sobre estrelas e planetas que podem ser facilmente observados a olho nu, especialmente na época do verão.

Estrelas

1. Capela: citada no livro “A caminho da luz”, ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 3:
 “Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, de sua família de mundos, cantando as glorias divinas no ilimitado. A sua luz gasta cerca de 42 anos para chegar à face da Terra, considerando-se, desse modo, a regular distância existente entre a Capela e o nosso planeta, já que a luz percorre o espaço com a velocidade aproximada de 300.000 quilômetros por segundo. Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente, examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua existência, marcham uns contra os outros ao som de hinos guerreiros, desconhecendo os mais comezinhos princípios de fraternidade e pouco realizando em favor da extinção do egoísmo, da vaidade, do seu infeliz orgulho.”

Sobre Capella:
- Significado: cabrita
- Constelação do Cocheiro (Auriga)
- Cor: amarela
- Distância: 42 anos luz da Terra
- 150 vezes mais luminosa que o Sol
- Visível facilmente entre as constelações de Touro e Gêmeos, cintila no céu como um rápido pisca-pisca; isso acontece porque, na verdade, ela é uma componente de um sistema formado por quatro estrelas.

2. Sirius: citada no livro “Renúncia”, ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no capítulo 1 (página 26 da 13.a edição, FEB). A citação dessa estrela se dá durante o diálogo entre Alcíone, um Espírito altamente evangelizado que não necessitava mais reencarnar na Terra devido ao grande progresso espiritual alcançado, e o orientador Antênio, a Entidade Angelical que, por sua elevada posição hierárquica, ali cumpria as determinações de Jesus na colônia espiritual onde viviam:
“- Anjo amigo, deliberei suplicar ao Senhor a permissão de voltar temporariamente às tarefas terrenas.
- Como assim? – inquiriu Antênio admirado – acaso todos nós permanecemos aqui impossibilitados de auxiliar o planeta terreno? Não estamos a serviço do Cristo, no afã espiritual de reerguer esse orbe?
- Explico-me – disse a recém-chegada timidamente – rogo a concessão de um corpo carnal, caso Jesus me conceda essa dádiva.
O generoso mentor contemplou-a com amoroso respeito, compreendeu-lhe as intenções mais íntimas, esboçou um sorriso de bondade e perguntou:
- Mas, teus trabalhos no sistema de Sírius? Não estás cooperando com os benfeitores da Arte terreal? Acredito não vir longe a época de serem levados ao mundo terreno os necessários elementos de inspiração, depois do resultado de tantos esforços para a solução de certos problemas do ritmo e da harmonia.(...)”

Sobre Sirius:
- Significado: do grego, “cintilante”
- Constelação do Cão Maior
- Cor: branca
- Distância: 8,7 anos luz da Terra
- 23 vezes mais luminosa que o Sol
- Visível de qualquer parte da Terra é a estrela mais brilhante da noite.


3. Plêiades: citadas no livro “Transição planetária”, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira Franco, no capítulo 3. Um benfeitor espiritual dirige-se a uma assembléia nas dimensões espirituais, da qual participava o autor espiritual:
“Veneráveis administradores, almas irmãs nossas de todas as dimensões: saudamo-vos a todos em nome do Senhor do Universo. Representando a formosa esfera de amor que se encontra instalada numa das Plêiades, envolta em vibrações especiais constituídas de fótons que formam uma luminosidade em tons azuis, aqui estamos, atendendo à invitação do Sublime Governador do planeta terrestre (...)”
Sobre as Plêiades:
- Significado: bando de pombas ou navegantes
- Constelação: É o aglomerado de estrelas mais brilhante em todo o céu, localizado na constelação do Touro. Seis das estrelas nas Plêiades são visíveis sem o auxílio de telescópios. Aproximadamente 500 estrelas pertencem ao aglomerado estelar aberto das Plêiades e a maioria delas são fracas.
- Cor: azul cintilante
- Distância: 380 anos-luz
- Visualização: somente nas noites sem lua e mesmo assim, com uma visão muito acurada. Somente nos locais mais afastados das luzes da cidade é que se torna mais fácil sua observação. 

Como localizar essas estrelas no céu

A melhor época para localizar, com facilidade, essas estrelas no céu noturno, é no verão, a partir de dezembro. A imagem abaixo está exatamente da mesma maneira como se estivéssemos olhando para o céu, com as “Três Marias” bem à nossa frente.
1. Escolha, durante o dia, pontos de referência para os quatro pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste); pode ser uma torre, um edifício, uma árvore, etc. É fundamental saber se localizar dessa forma pois os pontos cardeais fornecem a referência noturna para a visualização dessas estrelas.
 2. Procure no céu as “Três Marias” (correspondem ao cinturão do caçador na constelação de Orion). Elas surgem no céu, na direção leste, assim que escurece.
Fonte: www.zenite.nu
1. Estrela Sírius
2. As “Três Marias”
3. Estela Aldebaran (Constelação de Touro)
4. Plêiades
5. Capella

Regra prática
Coloque, sob o seu campo de visão, a mão direita com os dedos indicador, médio e anular dobrados “sobre” as Três Marias. Estique o dedo mínino para a direita: ele vai se sobrepor à estrela Sírius (muito brilhante). Estique o polegar para a esquerda: ele vai se sobrepor a uma estrela avermelhada; é Aldebaran (Constelação de Touro).
As Plêiades, embora muito brilhantes, aparecem muito pequenas; mesmo assim, é possível identificá-las pois apresentam a forma de um terço aberto.
Ao Norte, quase na linha do horizonte, aparece Capela, muito brilhante e piscando com muita intensidade. Note que as estrelas 1-2-3-4 estão quase “em linha reta”!

Planetas do nosso sistema solar visíveis a olho nu

Allan Kardec, na Revista Espírita de março de 1858, escreveu o artigo “Júpiter e alguns outros mundos”, no qual trata da evolução moral e espiritual dos seres que habitam esses planetas. Para não nos estendermos demasiadamente sobre o assunto, repassamos apenas o trecho relacionado a Júpiter.
“De todos os planetas, o mais adiantado em todos os sentidos é Júpiter. É o reino exclusivo do bem e da justiça, porque só tem bons Espíritos.(...) A superioridade de Júpiter não é só no estado moral dos seus habitantes; é também na sua constituição física (...)”.
Encontramos, igualmente, em alguma obras do extraordinário e célebre  astrônomo Camille Flammarion (França, 1842-1925) - “Narrações do infinito” e “Urânia” - descrições sobre o estado moral, espiritual e intelectual de habitantes de outros sistemas solares.
O período do verão e parte do outono é aquele no qual mais facilmente podemos visualizar Júpiter, Marte e Vênus.

1. Júpiter: em setembro de 2010 a trajetória desse planeta esteve no seu ponto mais próximo da Terra. Júpiter leva aproximadamente 12 anos para completar uma volta em torno do Sol e esse fato voltará a ocorrer novamente somente em 2022. No verão, logo que anoitece, ele surge, exuberante, no alto do céu, deslocando-se para oeste.  

2. Vênus: é mais conhecido como “Estrela-dalva”, mas, infelizmente, poucos sabem que se trata de um planeta e não de uma estrela. No verão, assim que o Sol se põe, a oeste, ele surge no céu, muito brilhante.

3. Marte: esse planeta se aproxima da Terra a cada dois anos. Em 2012, a partir de fevereiro, ele poderá ser avistado novamente no céu noturno. Logo após o anoitecer, ele surge na direção leste, sendo facilmente observado por apresentar forte tonalidade vermelho-alaranjado.

4. Mercúrio: Por estar muito próximo do Sol, sua visualização só é possível assim que o Sol nasce ou então, quando ele se põe, bem na linha do horizonte, apenas por alguns momentos.

5. Saturno: A visualização desse planeta é melhor nos meses do outono e do inverno, quando surge “próximo” a estrela Espiga, da constelação de Virgem.

Esses temas, naturalmente apaixonantes, tornam-se incrivelmente envolventes quando associamos essas duas ciências – Astronomia e Espiritismo – as quais nos fazem recordar que estamos nesse mundo apenas como peregrinos de uma longa viagem rumo à perfeição.
Mesmo sendo a Terra tão pequena como um grão de pimenta no Universo, quantos cuidados ela não mereceu, e continua merecendo, de Jesus e de seus engenheiros siderais! Quantas maravilhas a Natureza nos oferece para estudo e meditação! Quanto ainda temos para aprender, mesmo estando, ainda, ligados à Terra.
Encerramos recordando um trecho do poema “Deus”, de autoria de Eurípedes Barsanulfo (1880-1938), brilhante professor, que não deixou de apontar o céu para seus alunos, na bucólica Sacramento, MG, em suas aulas de Astronomia, no Colégio Allan Kardec.
“O Universo é obra inteligentíssima, obra que transcende a mais genial inteligência humana. E, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do Universo é superior a toda inteligência. (...) Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, na formação das nebulosas, na origem dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades; maravilha, no esplendor, no sublime do Infinito! ...”

(Tema abordado na reunião pública do dia 28 de novembro de 2011)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Deus é fiel. E nós?...


É comum encontrarmos, aqui e ali, em adesivos exibidos nos veículos ou em muros pela cidade, a frase: “Deus é fiel”. Disso não duvidamos. Um dos atributos de Deus é a imutabilidade: Ele é o mesmo, seja ontem, hoje ou amanhã. Suas leis, igualmente imutáveis, regem todo o Universo em todas as épocas.
Estamos tão habituados à fidelidade divina que nem sequer pensamos sobre isso. Acordamos, cada dia, com a certeza de que o Sol nascerá, de que o dia terá 24 horas, que a Terra continuará girando, que a natureza se encarregará de transformar a semente em fruto, que nosso corpo físico continuará exercendo suas funções, etc, etc...
E nossa fidelidade a Deus? Ela também é necessária?
A vida material, nunca como na atualidade, está repleta de convites sedutores e enganosos para nos preocuparmos com a questão da fidelidade a Deus.
Atualmente, existe um grande desafio para o cristão manter-se fiel aos ensinamentos de Jesus. A visão materialista ainda predomina, ditando as regras do aqui e agora, do vencer a qualquer preço, a atingir metas e mais metas, mesmo que para tanto seja necessário deixar a fidelidade de lado, à margem.
Nos primeiros tempos do Cristianismo, para testemunhar fidelidade a Jesus, os cristãos eram conduzidos às arenas onde seriam devorados pelas feras; ou então, eram queimados vivos, como tochas humanas, para iluminar as festas dos governantes.
Na Idade Média, os cristãos fiéis a Jesus passaram a ser considerados como hereges, por discordarem da autoridade e dos abusos praticados pela própria Igreja; foram condenados à morte na fogueira, pelos mandatários da Igreja dominante, a qual se intitulava representante do Cristo na Terra.
Hoje, para se testemunhar fidelidade a Jesus e aos Seus ensinamentos, os testemunhos são de ordem moral; pedem renúncia e abnegação sem limites em favor do próximo, um combate constante com a sombra interior que ainda nos domina (essa é a fera que devemos domar); o respeito ao próximo e aos seus interesses, mesmo em prejuízo dos nossos; o sacrifício do orgulho, da vaidade, do egoísmo...
A fidelidade só existe quando há o amor verdadeiro entre os seres. Somente os que se amam verdadeiramente, somente quando nossas atividades estão embasadas no amor ao bem, é que se é capaz de manter fidelidade aos ideais superiores propostos por Jesus à Humanidade. Ele nos disse que se O amássemos, guardaríamos os Seus ensinamentos, isto é, manteríamos fidelidade a Ele.
Ainda vacilamos muito sobre essa questão; muitas vezes somos defrontados por essa luta interior, diante dos fortes apelos de ordem material que a vida nos lança.
Assim como contamos, inconscientemente, com a fidelidade divina para conosco, Jesus também conta com nossa fidelidade em relação aos compromissos que a vida nos traz e aqueles que nos comprometemos a assumir. Essa é a pedra angular necessária para manter o equilíbrio em nossa vida e alimentar nossa confiança nos propósitos divinos a nosso respeito.

(Tema apresentado na reunião pública do dia 21 de novembro de 2011)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A responsabilidade dos frequentadores das casas espíritas

Sabe-se que o público presente em reuniões espíritas públicas, nas quais normalmente se apresenta uma palestra seguida de passes aos presentes, é de grande rotatividade.
As pessoas buscam as casas espíritas, inicialmente, com um objetivo único: encontrarem a solução para os problemas que as afligem, sejam eles de natureza física e/ou espiritual. A maioria dessas pessoas, ao sentirem que suas aflições se amenizam, após participarem regularmente durante algum tempo às reuniões, afastam-se e não mais retornam (até que outro problema apareça).
Outras, no entanto, embora em número muito menor, tornam-se freqüentadores assíduos, passando até a fazer parte de outras atividades oferecidas pela casa espírita, como as reuniões de estudo, as de assistência social e material aos menos favorecidos, entre outras. Embora não atuem mediunicamente, envolvem-se com as atividades da casa espírita.
As reuniões públicas são de grande importância para a divulgação do Espiritismo. Nesses dias, um grande número de trabalhadores, não apenas os encarnados mas, sobretudo, os desencarnados, atuam em favor dos participantes.
Assim como é dever dos trabalhadores espíritas, nesses dias, uma disciplina maior, para atendimento aos necessitados, num ambiente harmonioso, os freqüentadores das reuniões públicas também têm responsabilidades no bom andamento das atividades desenvolvidas, bem como no ambiente espiritual nesses dias.
Geralmente os freqüentadores, principalmente os iniciantes com pouco ou nenhum conhecimento doutrinário, julgam que a tarefa de assistência espiritual cabe inteiramente aos médiuns, doutrinadores e dirigentes das casas espíritas; aos participantes, cabe apenas aguardar o momento de serem atendidos, sem nenhuma contribuição individual no processo.
Enganam-se os que assim pensam. Uma reunião espírita séria, cujo objetivo principal seja o de assistir espiritualmente os que necessitam, sejam eles encarnados e/ou desencarnados, contando para isso com o auxílio de uma equipe de Bons Espíritos, assemelha-se a um grande concerto musical: os músicos, os instrumentos e o maestro, por melhores e mais capacitados que sejam, nada conseguirão realizar se a platéia for inquieta, indisciplinada, desatenta.
O mesmo acontece nos dias das reuniões espíritas, sobretudo as públicas, as quais reúnem pessoas com interesses tão heterogêneos.
Quando os participantes chegam às reuniões espíritas públicas normalmente recebem uma pequena mensagem para leitura; no ambiente, geralmente uma música suave convida ao recolhimento interior, à prece, à meditação. Mas, tão logo comece a explanação, muitos não conseguem permanecer, durante meia hora, com a atenção voltada ao expositor e ao tema abordado; acabam fechando os olhos e dormindo profundamente... E com essa postura, freqüentam as reuniões por anos, sem se preocuparem com o que acontece ao seu redor, sem oferecerem nada de si aos demais, que talvez necessitem muito mais do que eles mesmos... Tais pessoas não demonstram comprometimento algum, nem com a Doutrina Espírita, nem com a casa espírita que as acolhe, nem com os demais participantes...
Allan Kardec deixou bem claro que a união de intenções só se concretiza quando todos direcionam seus pensamentos para o mesmo alvo; que a oração em conjunto terá resultados notáveis somente quando todos estiverem compenetrados dos mesmos objetivos. Sobre esse assunto, assim ele comenta em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo 28, item 5:
“Para estarem reunidos em nome de Jesus, não basta a presença material, pois é necessário que o estejam espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos, voltados para o bem. (...) Não é o maior ou menor número que atrai os Espíritos, pois se assim fosse, Ele podia ter dito, em vez de duas ou três pessoas, dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que as anima reciprocamente.”
Cabe aos responsáveis por essas reuniões, o esclarecimento aos participantes, para aprenderem que a presença compenetrada e responsável por parte de todos é igualmente importante e fundamental para o bom andamento da assistência espiritual a ser oferecida aos presentes. Embora inicialmente busquem apoio espiritual somente para seus problemas individuais, devem aprender, aos poucos, a orar e meditar igualmente em favor de todos os presentes, nos dois campos da vida. Precisam saber que, apesar de nossas imperfeições, os Bons Espíritos contam com a nossa colaboração para o benefício coletivo, e isso se dá através das boas vibrações que possamos direcionar em favor de todos.
Além disso, em muitos casos, o que essas pessoas necessitam para se sentirem realmente melhores, seja justamente uma participação mais ativa e responsável na casa espírita, buscando esclarecer-ser e melhorar-se!

(Tema apresentado na reunião pública do dia 14 de novembro de 2011)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Doenças e doentes


Nossa postura diante dos desequilíbrios da saúde mostra nossa evolução espiritual.
A visão materialista da vida, que se impõe em seus conceitos em todas as áreas da atividade humana, afirma que depois da morte do corpo não há nada a se esperar; que a vida física nada mais é que um resultado de forças que se conjugam adequadamente; que o objetivo da vida é ser feliz a qualquer custo, não medindo conseqüências para alcançar tal finalidade.
Essa forma de considerar a vida no planeta é responsável por um grande número de desesperados diante da dor física, seja ela passageira ou de natureza crônica. Para muitas, a doença é um castigo de Deus, não encontrando nela nenhum objetivo elevado.
É comum encontrarmos pessoas que se sentem aterrorizadas diante de algumas doenças. Se algum conhecido padece desse mal, assim se referem ao fato: - “Fulano está com ‘aquela’ doença.” Nem sequer pronunciam o nome da doença, com medo de se contagiarem.
Encontramos pessoas que se tomarem conhecimento da doença grave de que são portadoras, entram em desespero, complicando seu tratamento e a vida de quem cuida delas.
Há doentes que se apegam à doença que possuem. Parece antagônico mas, embora digam que se sentem amargurados por estarem doentes, no fundo apegam-se a ela com todas as suas forças. Contam, com detalhes, tudo o que sentem, cada medicamento que tomam, as sensações que eles produzem, o que o médico disse, etc, etc.. Não encontram outro assunto para conversar e geralmente dominam a conversa falando somente sobre a doença e sobre si mesmos...
Há aqueles que adoram ir ao médico, seja de que especialidade for. Perambulam de consultório em consultório, tentando encontrar um desajuste orgânico qualquer, para que possam ocupar o tempo disponível que têm.
Todas essas formas desequilibradas de se encarar os desajustes orgânicos mostram que, além do problema físico, há também um desajuste psicológico.
No entanto, encontramos igualmente inúmeros casos de pessoas que sabem encarar, de maneira positiva, a enfermidade ou as limitações físicas de que são portadoras, distribuindo lições de encorajamento, de paciência e de alegria com a vida! 
O Espiritismo nos dá uma visão muito mais avançada e justa na questão das doenças. Ensinam os Benfeitores Espirituais que o desequilíbrio físico, seja ele passageiro ou não, representa um recurso utilizado pela Justiça Divina para disciplinar nosso Espírito, ainda rebelde e indisciplinado perante os desígnios de Deus.
Com a Doutrina Espírita aprendemos que cada célula do nosso corpo físico está “conectada” à uma célula em nosso corpo espiritual. Assim, quando lesamos nosso corpo físico, geralmente pelos excessos de todo tipo, estaremos, na verdade, lesando nosso corpo espiritual. Da mesma forma, se causamos qualquer tipo de desgaste orgânico em alguém, seja através do trabalho forçado ou de castigos físicos, assumimos um compromisso gravíssimo, vindo a padecer, em vidas futuras, o mesmo mal que causamos à saúde desses nossos irmãos.
Comprometidos negativamente com os prejuízos causados em nosso corpo físico, ou sobre a saúde dos outros, ao reencarnarmos, trazemos esses desajustes inerentes ao nosso corpo espiritual, que, no momento propício irão se manifestar. Seja qual for a causa do desajuste da saúde, ela está sempre ligada à nossa necessidade de correção, auxiliando nosso progresso espiritual.
A visão espírita da vida, do sofrimento e da dor nos confere grande calma e paciência, resignação e coragem diante das preocupações causadas pelas enfermidades, sejam nossas ou naqueles a quem amamos.
Especialmente na questão da saúde, citamos aqui um trecho de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo 8, item 20. Trata-se de uma mensagem do Espírito de João Maria Batista Vianney (França, 1786-1859), o digníssimo Cura de Ars (vilarejo no Sul da França). Esse missionário era procurado por inúmeras pessoas que o buscavam para obterem a cura de seus males e, pelo seu imenso amor aos sofredores, muitas foram alcançadas pelo seu intermédio. Mas, nessa mensagem ele assim se refere à questão da saúde física e espiritual:
“Nas vossas aflições voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: ‘Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne se eleve para vós com a brancura que possuía quando a criastes’. Após esta prece, meus bons amigos, que o  Bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosamente pedistes, como recompensa de vossa abnegação.”

(Tema abordado na reunião pública do dia 31 de outubro de 2011)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"O" Espírito Santo ou "um" Espírito Santo?

A expressão “Pai, Filho e Espírito Santo” ilustra o dogma da Santíssima Trindade. O Pai é Deus, o Filho é Jesus, mas e o Espírito Santo, quem ou que seria? Para se compreender a origem dessa denominação é preciso recorrer a fatos históricos ligados aos primeiros cristãos e à expansão da fé cristã.
Do hebraico para o grego; do grego para o latim; do latim para o francês, alemão, inglês; e destes para o português. Esse foi o longo caminho, atravessando séculos, que os textos evangélicos percorreram. Considerando-se a ausência de recursos materiais naqueles tempos, fica fácil depreender quantos erros de transcrição, quantas expressões mal traduzidas e/ou interpretadas, quantos acréscimos e quantas passagens excluídas. Em muitas situações, o sentido original, normalmente simples e profundo, acabou por se transformar em algo ininteligível, sem compromisso com a lógica e a misericórdia divina.
Clique na imagem para fechar a janela
Léon Denis (França, 1846-1927), em sua notável obra “Cristianismo e Espiritismo”, na qual faz um grande estudo sobre esses fatos, comenta:
“Os manuscritos originais dos evangelhos desapareceram, sem deixar nenhum vestígio certo na História. Foram provavelmente destruídos por ocasião da proscrição geral dos livros cristãos, ordenadas pelo Imperador Deocleciano (303 d.C.). Os escritos sagrados que escaparam à destruição são apenas cópias. A divisão atual dos textos evangélicos surgiu, pela primeira vez, na edição de 1551. (...) Primitivamente não tinham pontuação. Muitos fatos parecem imaginários e acrescentados posteriormente. Numerosas interpolações poderiam ter sido feitas igualmente.”
Léon Denis igualmente afirma que São Jerônimo, ao fazer a seleção e a tradução dos textos evangélicos do grego para o latim, traduziu a palavra “pneuma”, que em grego era utilizada para designar uma inteligência privada de corpo carnal, como “spiritus”., mantendo fidelidade aos escritos originais. Além disso, ele reconhecia, assim como os evangelistas e os primeiros cristãos, que existiam bons e maus Espíritos.
Ao longo da evolução e expansão da fé cristã, os bons Espíritos passaram a ser considerados anjos e os maus Espíritos simplesmente como demônios. É importante destacar que no original grego, a palavra “daimon” era empregada como sinônimo de gênio ou de Espírito. Traduzida como “demônio”, acabou por ser associada apenas aos Espíritos maus.
A comunicação com os Espíritos era conhecida e praticada pelos primeiros cristãos, conforme encontramos na obra citada acima:
“Os cristãos dos primeiros séculos conheciam perfeitamente as práticas necessárias para se entrar em comunicação com os Espíritos e não perdiam ocasião de as cultivar, inclusive para tratar de assuntos doutrinários.”
Ele também afirma que São Jerônimo foi fiel à expressão “Espírito bom”, conforme os textos originais, traduzindo-a para o latim como “Spiritum bonum”, como se encontra na Vulgata. Porém, a idéia de divinizar ou santificar o Espírito começou a surgir nas traduções francesas, nas quais a palavra “sanctus” passou a ser constantemente ligada à palavra “spiritus”. Esse fato obscureceu a simplicidade dos textos originais e, na maioria dos casos, tornou-os ininteligíveis.
Os estudos realizados por Léon Denis mostram que o surgimento do dogma da Santíssima Trindade ocorreu a partir do século IV e, com isso, muitas passagens do Novo Testamento passaram a ser modificadas, a fim de exprimir as novas doutrinas cristãs, complicando profundamente a compreensão da mensagem singela de Jesus.
Além desses problemas, a fé cristã sofreu muitas adaptações oriundas do paganismo, com o objetivo de incutir, nos povos bárbaros, a idéia de um Deus único, de Seu filho, também único (para eles), que morreu para nos salvar. O que não ficou esclarecido, foi justamente a função do Espírito Santo, seja lá o que ou quem seja. Mais difícil ainda pensar nessa trindade como um sendo um só ser.
Ampliar imagem
O Espírito Emmanuel, na obra “O Consolador", pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, se refere à questão da Trindade na pergunta 264:
“Textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quando à chamada ‘Santíssima Trindade’. Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus. Por largos anos, antes da Boa Nova, o bramanismo guardava a concepção de Deus dividido em três princípios essências, que os seus sacerdotes denominavam Brama, Vishnu e Xiva. (...) as forças que vinham disputar o domínio do Estado, em face da invasão dos povos considerados bárbaros, se apressaram, no poder, em transformar os ensinos de Jesus em instrumento da política administrativa, adulterando os princípios evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as da Índia legendaria e organizando novidades teológicas, com as quais o Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante do Reino de Jesus, que, na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem ainda fundamentos divinas na face da Terra.”
No Hinduísmo, a divindade suprema e a liderança do Universo são realizadas por três deuseus: Brama, Vixnu e Xiva, que simbolizam respectivamente a criação, a conservação e a destruição.
Atualmente, algumas igrejas admitem o transe mediúnico (embora não o denominem dessa forma) caracterizado por apenas dois tipos de manifestações: se forem de natureza grosseira e agressiva, são atribuídas ao demônio; se forem voltadas para o bem, são atribuídas ao Espírito Santo. Não seria muito mais simples trocar a palavra ‘santo’ de lugar? Ao invés de “Espírito Santo”, teríamos um Santo Espírito, isto é, um Espírito santificado no bem, na verdade e no amor! E, pela misericórdia divina, todos nós podemos receber a assistência desses Espíritos santificados, que nos assistem com freqüência ao longo de nossa existência!
Novamente no livro “O Consolador”, na questão 312, Emmanuel nos esclarece sobre a correta interpretação que se deve dar à expressão “Espírito Santo”:
“Legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.”
Esses Espíritos não alcançaram esse estado por privilégios ou por terem sido assim criados. Eles chegaram a tal elevação espiritual por esforço próprio, ao longo dos milênios, tenha sido aqui na Terra ou além dela. São nossos irmãos mais velhos, criados muito antes de nós, já tendo passado pela fieira das provas e expiações, testemunhos e experiências nobres, cuja felicidade consiste em amparar os que ainda caminham na retaguarda da evolução espiritual. Trabalham pela Humanidade por amor a Jesus nada almejando que não seja servi-lo. Raramente reencarnam na Terra a não ser para desempenharem valiosa missão em auxílio ao progresso moral e espiritual do ser humano.

(Tema apresentado na reunião pública do dia 24 de outubro de 2011)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cuidados e percalços de ordem material no exercício da mediunidade


Ao longo da prática e do exercício da mediunidade, muitas vezes o médium atravessa momentos de intensos obstáculos de ordem puramente material, impedindo, de alguma forma, a sua dedicação e participação regular nas reuniões mediúnicas.
Sendo o médium um indivíduo como outro qualquer, enfrenta igualmente obrigações relacionadas ao trabalho profissional, aos compromissos familiares, aos problemas de saúde próprios ou de familiares, os quais acabam por interferir no exercício de sua mediunidade.
Muitas vezes, devido à pressão que recebe por parte da casa espírita que frequenta, não se sente à vontade para conversar abertamente sobre o assunto com o responsável pelas atividades mediúnicas. Esse fato acaba por complicar sua situação individual, interferindo igualmente no grupo mediúnico.
Atualmente as casas espíritas oferecem horários alternativos em suas atividades de estudo doutrinário, palestras, aplicação de passes, etc, com o objetivo de se adequarem às imposições de ordem material de seus frequentadores.
Se o médium não puder participar das reuniões mediúnicas por esses motivos, não deve abandonar sua participação na casa espírita que frequenta, devendo buscar outros horários nos quais possa comparecer, até que sua situação volte ao normal. Abandonando totalmente as atividades acabará por se comprometer mais ainda, dificultando seu equilíbrio íntimo.
Sobre essa importante questão, o livro "Conversando sobre mediunidade", de autoria do Espírito Cairbar Schutel, psicografado pelo médium Abel Glaser, apresenta valiosas orientações sobre esse problema. Essas recomendações se aplicam igualmente aos trabalhadores da casa espírita, mesmo que não atuem como médiuns, e também aos frequentadores regulares.
"É dever de cada médium envidar esforços para que os problemas de ordem material, inclusive os econômicos, não sejam impedimento ao regular exercício da mediunidade.
Por vivermos numa sociedade onde o materialismo ainda dispõe de raízes profundas, nem sempre é fácil superar as dificuldades materiais. A maneira de evitar o desequilíbrio, nesses casos, é lembrar sempre que a vida encarnada neste planeta é passageira, não representando de forma alguma o último degrau da caminhada de cada Espírito.
O médium necessita de sua atividade material para sobreviver, porém, ao participar de uma atividade mediúnica deve colocar de lado seus interesses pessoais, colaborando com um plano de vida diferente daquele o preocupa diuturnamente.
O desequilíbrio e o despreparo de qualquer médium devem ser resolvidos fora do exercício mediúnico propriamente dito. Não estando preparado para essa colaboração com a Espiritualidade, é preferível o não comparecimento às reuniões para trabalhar, já que não há lugares cativos em mesas mediúnicas. Pode participar de palestras, receber passes, não se utilizando de sua mediunidade em proveito próprio.
Convém lembrar, entretanto, que não deve deixar essas atividades para cair no negativismo materialista, mas sim, para buscar no tratamento da assistência espiritual, no estudo, na meditação e na prece o reequilíbrio que lhe permita retornar ao trabalho mediúnico com desprendida dedicação."

(Tema apresentado na reunião pública do dia 10 de outubro de 2011)