O objetivo fundamental da religião é religar-nos a Deus, religar a criatura ao Criador. Como consequência, desenvolver e fortalecer a confiança em Seus Desígnios.
A religiosidade deve fazer parte de nossa vida como
um direcionamento de nossas aspirações mais nobres, como um “norte” em nossa
vida de relação. Ela deve satisfazer nossas aspirações mais elevadas e, ao
mesmo tempo, estar apta a esclarecer os aspectos mais complexos da vida,
sobretudo nos momentos de dor.
Para muitas pessoas, seguir uma determinada religião
ou uma determinada seita ou filosofia é a garantia de sua “salvação”. Essa
idéia está relacionada com o desejo de algum tipo de privilégio, de menor
esforço para se alcançar a posição de “estar salvo”.
No entanto, é preciso definir primeiramente o que
significa salvar. Essa palavra significa estar livre de perigo ou de algum tipo
de risco.
Em relação ao seu uso no campo religioso, significa
estar livre do erro ou do mal, de tudo aquilo que nos afaste de Deus. Ou seja,
vivendo de acordo com Suas Leis, estaremos a salvo e, consequentemente, adquirimos
o direito à felicidade eterna.
Com Jesus, esse conceito se ampliou. Ele não fundou
nenhuma religião, assim como nunca afirmou que para “ser salvo” fosse preciso
seguir essa ou aquela crença religiosa. Ele colocou nossa “salvação”
integralmente na prática da caridade constante para com todos e em todos os
momentos.
Se uma religião não auxiliar o homem a se tornar
menos egoísta, menos orgulhoso, menos apegado aos bens materiais; se ela não o
auxiliar a ter mais compaixão pela dor de seus semelhantes, nem mais humilde e
submisso às determinações divinas, cedo ou tarde ela irá desmoronar. Essa é a
simbologia da “figueira seca até as raízes” (Marcos, cap. 11) narrada nos Evangelhos. Com essa
alegoria, Jesus condenou todos aqueles que, de alguma forma, podem fazer o bem e
não o fazem, sejam os homens ou as doutrinas por eles mesmos fundadas. Sendo
assim, se uma religião não auxiliar as pessoas a se tornarem melhores, ela tem
os seus dias contados, comprometendo mais ainda aqueles que a ela se
entregaram, seja por ingenuidade ou por interesses próprios de algum tipo de
vantagem.
Allan Kardec igualmente não “fundou” o Espiritismo.
Ele foi o organizador dos ensinamentos dos Espíritos (e que Espíritos!),
apresentando tríplice fundamento: ciência, filosofia e moral. Todos estão baseados
integralmente na moral evangélica. Kardec também nunca afirmou que para
alcançarmos nossa “salvação” seria necessário aceitar o Espiritismo. Ampliando
esse conceito os Espíritos Superiores nos deixaram um ensinamento muito mais
abrangente: nossa salvação está na prática da caridade. Esse é o lema principal
da Doutrina Espírita.
O Espiritismo não se enquadra no conceito vulgar de Religião. Ele não tem hierarquias, não tem rituais, nem dogmas, nem paramentos, nem sacramentos. Mas, para os seus verdadeiros adeptos, que a vivenciam
integralmente, a Doutrina Espírita adquire um caráter religioso, devido às conseqüências
morais que apresenta, tanto para a vida como para o trabalho.
Recordando Chico Xavier: sempre que ele se via rodeado de pessoas, vez ou outra rogava que orassem muito por ele, para que conseguisse errar menos e acertar mais.
Recordando Chico Xavier: sempre que ele se via rodeado de pessoas, vez ou outra rogava que orassem muito por ele, para que conseguisse errar menos e acertar mais.
Toda vez que colocamos a caridade em ação, estamos no caminho da nossa salvação. Toda vez que praticamos o bem, estamos no caminho certo para nossa união com Deus. Toda vez que optamos pelo bem, estamos acertando mais e errando menos.
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