Médiuns e mediunidade não são
propriedades do Espiritismo. A mediunidade é uma faculdade inerente à natureza
humana e desde que surgiram os primeiros seres humanos há médiuns. Ao longo de
sua evolução, o ser humano sempre buscou uma forma de estabelecer contato com o
mundo extracorpóreo, fosse como fosse a maneira como isso acontecia ou o
nome dado a esse mundo além do campo físico.
Aqueles que portavam o “dom” de
estabelecer contato com o mundo extracorpóreo foram designados pelos mais
diversos nomes e, em muitas civilizações, considerados como seres especiais.
Eram isolados da vida em sociedade, gozando de prestígio e privilégios.
No entanto, médiuns e mediunidade
passaram a ser estudados e analisados com critério científico somente com o
advento do Espiritismo, através das observações e investigações de Allan
Kardec.
Na atualidade, não é somente na
literatura espírita que se encontram livros falando sobre esses temas, que a
cada dia mais e mais atrai a atenção das pessoas; mas é importante frisar que
seus autores não estão, necessariamente, comprometidos com a Doutrina Espírita.
Porém, somente a literatura espírita
oferece os ensinamentos mais seguros a respeito. E, mesmo entre os livros
espíritas, nenhum deles suplanta a obra “O Livro dos Médiuns”, elaborada por
Allan Kardec com base em todos os seus estudos sobre o assunto.
Há obras complementares que merecem
ser estudadas mas para isso é preciso conhecer igualmente a seriedade e o
comprometimento de seus autores com a própria Doutrina Espírita.
Um deles que merece respeito é
Hermínio C. Miranda, um dos principais pesquisadores e escritores espíritas da
atualidade. Dialogando por décadas com espíritos, as
suas obras relatam vivências, fatos e fenômenos reais.
É natural de Volta Redonda, RJ. Nascido em 5 de janeiro de 1920, formou-se em Ciências Contábeis, trabalhando na Companhia Siderúrgica Nacional até se aposentar.
Autor de mais de quarenta livros, seus direitos autorais sempre foram cedidos à entidades filantrópicas.
Suas obras apresentam quatro eixos temáticos: cristianismo, mediunidade, regressão de memória e reencarnação.
Um de seus livros clássicos na
literatura espírita é “Diálogo com as sombras”. Este é um livro destinado aos
que desejam entender o processo de comunicação com nossos irmãos do Plano
Espiritual. Se o leitor participa de sessões mediúnicas, seja qual for a sua
função no trabalho de assistência aos Espíritos desencarnados, nelas atendidos,
a leitura desde livro será de grande utilidade. Depois de analisar encarnados e
desencarnados no que tange às suas emoções, o autor sugere técnicas e recursos,
baseado em atendimentos dos quais participou, descrevendo o desenvolvimento do
diálogo entre comunicante e esclarecedor.
Diferentemente da concepção de que o
médium é alguém que recebeu um “dom”especial, nesse livro ele afirma que:
“O médium foi distinguido com o recurso da mediunidade para
produzir mais, para apressar ou abreviar o resgate de suas faltas passadas.”
Logo nos primeiros
capítulos ele trata do médium como sendo uma pessoa comum. Diz ele:
"Allan Kardec assim definiu o médium: 'pessoa que pode servir de intermediário
entre os Espíritos e os homens' (Livro dos Médiuns, cap. 32). Por essa definição, vemos que o médium é uma
pessoa, isto é, um ser encarnado, sujeito, por conseguinte, às imperfeições e
mazelas que nos afligem a todos e, portanto, tão propenso à queda quanto
qualquer um de nós, ou talvez mais ainda, porque sua capacidade de
sintonizar-se com os desencarnados o expõe a um grau mais elevado de
influenciação.
Nada de pânico, porém. O fato de ser uma pessoa
dotada de antenas psíquicas, que a põem em relação com o mundo espiritual, quer
deseje ou não, não significa que esteja à mercê dos companheiros das sombras, a
não ser que ela própria deixe cair suas guardas. Ela contará sempre com a
proteção carinhosa e atenta de seus guias, daqueles que estão interessados no
seu progresso espiritual.
Procure manter um bom clima mental. Estude, leia,
viva com simplicidade, vigie seus sentimentos, como qualquer um de nós.
Participe da luta diária, enfrente os problemas da existência: profissionais,
familiares, sociais, humanos, enfim. Não lhe faltarão recursos, assistência,
informações e, acima de tudo, trabalho mediúnico, que é da essência mesma do
seu compromisso.
Não tema,
mas não seja temerário. Não deixe de estudar suas faculdades, mas não se
envaideça do que aprendeu nem dos recursos que conseguiu desenvolver. Na hora
da tarefa, é um simples trabalhador, como qualquer outro: nem melhor, nem pior,
nem inferior, nem superior."
Considerando que sua concepção de médium e mediunidade estão de acordo com os ensinamentos propostos pelos Benfeitores Espirituais e, aproveitando o início de um novo ano, época em que nos propomos à várias mudanças em nossa vida, acreditamos ser igualmente o momento de abraçarmos a oportunidade que recebemos, através da mediunidade, de buscar, pelo seu estudo e exercício, nos tornarmos pessoas melhores.
(Tema abordado na reunião pública do dia 9 de janeiro de 2012)
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