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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O uso de palavrões: falta de caridade na palavra falada

No Sermão das Exortações (Sermão do Monte), Jesus nos deixou uma recomendação muito importante em relação à maneira como nos dirigimos ao nosso semelhante quando estamos aborrecidos, magoados ou irritados com alguém:
“Pois eu vos digo que todo o que se irar contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão racca, será réu no conselho; e o que disser és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno.” (Mateus, Cap. V, 21-22).
Notemos que Jesus condenou toda e qualquer expressão agressiva em relação ao nosso semelhante: não somente o sentimento de raiva mas também as ofensas verbais. Estejamos ou não com a razão, Ele não questiona se nos sentimos magoados, aborrecidos ou zangados com alguma pessoa. Ele simplesmente nos recomenda o que devemos fazer nessas ocasiões a fim de resguardarmos nosso equilíbrio íntimo.
Para nós ainda é muito difícil seguir, à risca, tais ensinamentos. Quando nos aborrecemos com alguém, ao ponto de sentirmos raiva e até mesmo ódio, dificilmente nos lembramos dessas recomendações. Rapidamente perdemos o autocontrole e partimos para as agressões verbais, normalmente através de palavrões ou palavras ofensivas. Há pessoas que até se rotulam como sendo de “pavio curto”. Outras, ainda são mais descontroladas, dizendo que nem pavio têm mais: já estouram na hora.
Infelizmente, o uso corriqueiro de palavrões, não apenas nos momentos de descontrole emocional, mas fazendo parte de nossa maneira de se expressar, tornou-se uma prática comum em nossa cultura. Para muitos, representa até um ‘status’, principalmente entre os jovens. Encontramos famílias onde os adultos se divertem, ensinando palavrões aos filhos pequenos, os quais os repetem sem terem a menor idéia do que estão falando, mais parecendo papagaios de imitação.
Se Jesus colocou essas recomendações em seu Sermão, é porque a prática da agressão verbal também era comum entre os judeus daqueles tempos. A palavra ‘racca’, no idioma hebraico, significava homem reles, de pouco valor, e era dirigida a alguém cuspindo-se de lado. Para aquele que praticava tal gesto, era uma forma de dizer o quanto desprezava uma pessoa. Para quem o gesto era dirigido, significava um grande insulto. Jesus alerta sobre as conseqüências dos gestos e palavras agressivas: o sofrimento moral causado pela consciência culpada, simbolizada pelo “fogo do inferno” que, cedo ou tarde, se manifestará naquele que os utiliza.
Jesus ainda nos deixou outro ensinamento relativo à falta de caridade no falar: não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas sim, o que sai da boca, porque isso vem do coração. Ou seja, externamos, pela palavra falada, nosso mundo íntimo. Quando alimentamos sentimos agressivos contra alguém, estejamos ou não com a razão, e externamos esses sentimentos através de palavras ofensivas, demonstramos o quanto estamos descontrolados emocionalmente.
A palavra agressiva causa vibrações muito negativas ao nosso redor, espiritualmente falando, assemelhando-se a uma bomba que explode ruidosamente. E, muitas vezes, por causa de palavras agressivas, que pronunciamos no ambiente onde nos encontramos, desequilibramos totalmente as possibilidades de harmonização, correndo o risco de alterarmos a estabilidade emocional aqueles que estão ao nosso redor, como num efeito dominó.
Somos tão cuidadosos em relação à higiene pessoal, à qualidade dos alimentos e da água, à limpeza de nossa casa, aos sistemas sanitários, aos medicamentos, etc. No entanto, geralmente nos esquecemos dos cuidados relativos à palavra falada. Pensemos no que gostaríamos de ouvir dos outros, em nossos momentos infelizes, antes de perdermos o equilíbrio próprio. Afinal, o maior prejudicado somos nós mesmos.
Sobre essa grave questão, o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, nos deixou valiosa advertência:
“Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam. Nossas frases são agentes de propaganda dos sentimentos que nos caracterizam o modo de ser; se respeitáveis, trazem-nos a atenção de criaturas respeitáveis; se menos dignas, carreiam em nossa direção, o interesse dos que se fazem menos dignos; se indisciplinadas, nos sintonizam com representantes da indisciplina; se azedas, afinam-nos, de imediato, com os campeões do azedume. Controlemos o verbo, para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua é sempre uma brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos ameaçam com desequilíbrio e perversão.” (Livro: Palavras de vida eterna – cap. 164).
(Tema apresentado na reunião pública do dia 22 de agosto de 2011)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tempo: concessão divina!


Estatísticas atuais têm mostrado que a expectativa de vida das pessoas vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas. No Brasil, passou de 50 anos para aproximadamente 73 anos. Os avanços da Medicina e da tecnologia, a alimentação mais equilibrada, a prática de atividades físicas, representam um conjunto de situações que vêm favorecendo o prolongamento da existência física aqui na Terra.
Alimentados por teorias materialistas (embora digam que não o sejam), por não admitirem a continuidade da vida após a morte do corpo e por não aceitarem as múltiplas existências para a alma, muitos estão à procura da eterna juventude. Convictos de que “morreu, acabou” e que essa vida é a única que Deus nos dá, o que importa para essas pessoas é aproveitar e gozar essa existência ao máximo, prolongando o mais possível, seu tempo de vida.
Quanto mais tempo de vida, mais comprometimento! Isso, no entanto, não significa que não sejamos favoráveis à longevidade. Se Deus nos concede uma existência maior, a questão principal passa a ser essa: saberemos aproveitar, integralmente, esse período? Se já temos dificuldades em organizar nosso tempo para um dia, quanto mais para muitos anos!
Vejamos como as 24 horas do dia podem ser divididas, como ilustração para esse tema:
- 1/3 do dia reservado para o sono;
- 1/3 do dia reservado para o trabalho (seja ele profissional e/ou doméstico);
- 1/6 do dia reservado para os estudos
- 1/6 do dia reservado para outras atividades (alimentação, deslocamento, entretenimento, etc)
Livro: Baú de casos - médium Francisco Cândido Xavier
Se estendermos a divisão das horas do dia para os anos de vida, encontraremos uma surpresa incrível: o desperdício do tempo que nos foi concedido! Vejamos essas proporções para uma existência de 80 anos e teremos, aproximadamente:
- 30 anos dormindo
- 30 anos trabalhando
- 10 anos estudando
- 10 anos em outras atividades (alimentação, locomoção, entretenimento, etc)
Claro que essa divisão está baseada em termos gerais, variando muito de pessoa para pessoa. O objetivo principal é verificarmos o que estamos fazendo do tempo que Deus nos concedeu aqui na Terra. E aí surge a seguinte pergunta: desejar uma experiência com tantos anos de vida com qual objetivo? Apenas para continuarmos dormindo, comendo, consumindo e buscando diversão e passatempo?
Através dos depoimentos de Espíritos desencarnados, que encontramos em vários livros espíritas, sobretudo na coleção do Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, e também na segunda parte da obra “Céu e Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, podemos constatar o quanto eles se lamentam do tempo perdido em suas existências, por não aproveitarem corretamente o tempo que lhes foi concedido.
O Espírito Emmanuel diz que a maior vergonha para o Espírito desencarnado, quando retorna ao plano espiritual, consiste justamente na tarefa não cumprida e nas tendências negativas não dominadas. Tarefa não cumprida significa tempo mal aproveitado, não apenas em desfavor de si mesmo mas, igualmente, em desfavor dos outros.
O mau uso do tempo está profundamente ligado à nossa maneira de encarar a vida aqui na Terra. Quanto mais materialista for a criatura, maior sua preocupação em prolongar sua existência de modo a aproveitar o máximo possível. Nesse sentido, o Espiritismo nos traz esclarecimentos profundos, concedendo-nos a oportunidade de considerar, de forma diferenciada, essa questão. Mostra-nos que, após a morte do corpo, a vida continua mais atuante, mais esplêndida, mais intensa, porém, em outra dimensão – a dimensão espiritual – e que a nossa situação, feliz ou infeliz, dependerá daquilo que tivermos feito na Terra.
A confiança no futuro e a certeza da continuidade da vida nos proporcionam coragem e fortalecimento moral para as dificuldades e as dores que enfrentamos em nossa existência.
Livro: Quem é o Cristo? - médium Raul Teixeira
A Doutrina Espírita esclarece que as aflições e vicissitudes estão relacionadas com nossas experiências infelizes de vidas anteriores; também ensina que nossa felicidade futura depende do que estivermos fazendo no agora! O apóstolo Paulo, em sua segunda epístola aos Coríntios, nos deixou uma lição sobre essa questão: “Eis agora o tempo sobremodo oportuno. Eis agora o tempo da salvação.” O que passou, está no passado. Para nós, o momento mais importante é o hoje, onde temos a liberdade de semear, mas teremos, certamente, a obrigatoriedade de colher.
Além disso, o que representa, diante da eternidade, alguns anos no plano material se o espírito é criação divina para a eternidade?
(Tema abordado na reunião pública do dia 15 de agosto de 2011)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cuidados necessários no dia da reunião espírita

São comuns os comentários por parte dos freqüentadores de reuniões espíritas a respeito das dificuldades e do mal-estar que sentem no decorrer dos dias em que irão participar das reuniões. Isso acontece não somente com os freqüentadores mas também com os trabalhadores das casas espíritas, ou seja, os médiuns, doutrinadores, expositores, evangelizadores, etc.
Há alguns cuidados que são necessários, diremos mesmo que são fundamentais, para os dias em que iremos participar de reuniões espíritas, sejam elas quais forem, de estudo, de desobsessão, de atendimento fraterno, de trabalho assistencial.
Da mesma forma que nos submetemos a dietas e cuidados prévios quando temos necessidade de um exame físico, para a busca do equilíbrio orgânico, também são necessários alguns cuidados para alcançarmos nosso equilíbrio espiritual, quando participamos de reuniões espíritas. Vamos descrever alguns procedimentos, classificando-os por sua natureza.
Extraído do livro: "Para uso diário"- psicografia de Raul Teixeira

Cuidados com a alimentação

Nos dias de reunião, como ficamos uma boa parte do tempo sentados, ouvindo explanações, atuando mediunicamente ou esclarecendo Espíritos necessitados, devemos fazer uma refeição leve antes do horário das reuniões.
Deve-se evitar, nesse dia, principalmente antes das reuniões, a ingestão de alimentos de digestão difícil, a alimentação exagerada, a ingestão de bebidas alcoólicas e o uso de cigarros. Além de comprometer nosso bem-estar físico, ficamos com o hálito carregado, causando desconforto para aqueles com os quais ficamos próximos para o diálogo.
Comer exageradamente antes da reunião tem outra conseqüência negativa: causa um desconforto físico acentuado, propiciando a sonolência e a falta de atenção.

Cuidados com a vestimenta

Roupas apertadas causam desconforto físico, ainda mais se a pessoa se alimentou com exagero antes das reuniões.
Deve-se também levar em conta que as reuniões acontecem em lugares fechados, onde as pessoas ficam muito próximas umas das outras, facilitando a percepção de detalhes físicos uns dos outros.
O bom senso recomenda o uso de roupas discretas, evitando trajes sensuais. Esse fato fica mais difícil no verão em que as pessoas se vestem com roupas mais leves mas que, às vezes, não são condizentes com o ambiente de respeito que as reuniões espíritas exigem.

Cuidados com as atividades diárias

Sabendo que à noite iremos participar de um encontro sublime com a Espiritualidade Superior, devemos, dentro do que nos seja possível, organizar melhor nossas atividades nesses dias. Se tivermos essa possibilidade, evitemos o acúmulo de tarefas, as quais, muitas vezes, podem ser adiadas para o dia seguinte.
Quanto mais nos envolvermos com outras ocupações nesses dias, menos “espaço mental” haverá para a assimilação de ensinamentos valiosos para nossa organização e equilíbrio espiritual, que são nosso objetivo maior.

Cuidados de natureza espiritual
Extraído do livro "Brilhe vossa luz"- psicografia de Francisco Cândido Xavier
Muitas pessoas se queixam de grande mal-estar, físico e/ou espiritual nos dias das reuniões. Dizem que se sentem deprimidas, chorosas, tristes, irritadas; outras dizem que sentem dores no corpo, dores de cabeça, sonolência, ansiedade, etc. Dizem que nesses dias, “tudo dá errado”, impedindo que participem das reuniões.
Normalmente, nos dias das reuniões, somos assediados, com mais intensidade, por Espíritos necessitados de auxílio, os quais podem ser classificados em duas categorias gerais:

- Espíritos sofredores ou perturbados:
São eles que nos transmitem as sensações de dor e sofrimento moral que carregam. Muitos deles ainda sentem as mesmas dores que os levaram à desencarnação.
Importante frisar que esses Espíritos não se aproximam de nós porque queiram nos fazer algum mal. De forma alguma! O que eles buscam é o socorro para o seu sofrimento. Eles se aproximam de nós, porque sentem, mesmo inconscientemente, que de alguma forma conseguirão obter algum alívio para seus sofrimentos.
Mas, por que motivo os nossos Protetores Espirituais permitem que isso aconteça conosco? Por que eles não nos isolam desses tipos de influências? Eles permitem para aprendermos a separar sensações e emoções que nos caracterizam, que são nossas, das que pertencem a uma outra individualidade (no caso, o Espírito desencarnado). Além disso, como nos ensina Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, todos somos portadores de mediunidade; é por esse motivo que todos estamos sujeitos a sofrer esses tipos de influências.
Há também outro fator não menos importante. Quando participamos das reuniões espíritas, trazemos conosco esses irmãos sofredores, possibilitando que sejam tratados e orientados pela equipe espiritual. Dessa forma, também praticamos uma forma de caridade; ajudamos e somos ajudados. Se faltarmos às reuniões, negaremos esse auxílio, não somente para nós, mas também para eles.
A melhor atitude nesses dias, quando sentimos esses tipos de influências, é buscar auxílio através da prece, solicitando, ao nosso Protetor Espiritual, que nos ajude mas que ajude também a eles. Muitas vezes, precisamos passar o dia todo “sintonizados” com a oração, para podermos resistir a essas influências...

Espíritos perturbadores:
A influência desses Espíritos é muito mais comum do que a anterior e muito mais difícil de ser suportada. Isso porque, na maioria das vezes, eles atingem o seu objetivo principal: o nosso desequilíbrio espiritual e/ou emocional. A arma principal da qual eles fazem uso é a irritação, procurando, de mil formas diferentes, nos desequilibrar nesse sentido.
Eles nos armam muitas “ciladas” de forma a evitar que compareçamos às reuniões, que ouçamos as palestras com atenção, que nos dediquemos aos estudos doutrinários. Isso acontece porque, ao conseguirmos nossa auto-iluminação, nosso autocontrole, deixaremos de oferecer campo para as suas influências perturbadoras. E é justamente isso que eles não querem que aconteça. Esses Espíritos também necessitam de ajuda mas são admitem ser ajudados.
Também ocorre que esses Espíritos estejam ligados a nós pelos nossos deslizes de vidas anteriores, buscando retardar nosso crescimento espiritual. Não deixa de ser uma forma sutil de vingança, para que possam continuar a exercer seu domínio sobre nós (o que se dá através da nossa mente; é um processo mental).
Recordamos aqui um ensinamento de Jesus para Espíritos dessa natureza: a necessidade de jejum e oração. É claro que Jesus não se refere a jejum de alimentos mas sim a jejum de pensamentos, sentimentos e atitudes. Muitas vezes somos nós mesmos que atraímos esses Espíritos, por nossa própria falta de autocontrole, por nossa tendência constante à cólera, ao mau-humor, ao azedume.
Podemos amenizar a influência desses irmãos, que no fundo também são sofredores, através da oração, mas também através do jejum de atitudes. Evitemos, nos dias de reuniões, sobretudo, as discussões, as agressões verbais, o uso dos palavrões.

Cuidados após as reuniões

Os mesmos cuidados que devemos ter antes das reuniões continuam valendo após as mesmas. Depois de recebermos bênçãos tão sublimes, ao retornarmos para nossas atividades, evitemos a alimentação exagerada, o uso de bebidas e/ou cigarros, as discussões em família, as fofocas, os comentários negativos em torno de qualquer assunto que seja.
Evitemos igualmente a sintonia com programas de TV de baixo teor, como noticiários e/ou filmes que abordem a violência, a criminalidade, a sensualidade, a imoralidade, o deboche das fraquezas humanas...
Há tantos e tão belos quanto instrutivos documentários, reportagens, filmes, palestras, que dignificam o ser humano! E, se nenhum desses recursos estiver ao nosso alcance, temos os livros espíritas, com seus contos, poesias, biografias de renomados Benfeitores Espirituais, que oferecem leitura mais amena, e igualmente instrutiva, preparando nosso Espírito para uma noite de paz e refazimento...
Com esses cuidados, que aos poucos vamos aprendendo a ter, passaremos a honrar, de maneira digna, as bênçãos que os Benfeitores Espirituais nos dispensarão, por amor, nos dias da reunião espírita!

(Tema abordado na reunião pública do dia 8 de agosto de 2011)