Nossos visitantes

Agradecemos a todos os que nos dão a alegria de sua visita, ajudando-nos na divulgação da esclarecedora e consoladora mensagem espírita. Rogamos a Deus que a todos ilumine e proteja, com nossos votos de paz e saúde, amor e harmonia, onde quer que estejam...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Energia x Fluido

A palavra energia está na moda. Aplicada em vários segmentos, pode apresentar diversos significados mas, aqueles que a utilizam, nem sempre tem a preocupação de utilizá-la corretamente ou conhecer seu verdadeiro significado.
Ela pode ser interpretada como vigor, como na frase: ‘as crianças possuem muita energia!’. Também pode expressar autoridade: ‘o comandante dirige seus soldados com energia’.
No campo das Ciências, particularmente na Física, define-se Energia como sendo a “capacidade de realizar trabalho”.
Já a palavra “fluido” é raramente utilizada e, quando a utilizam, é pronunciada como ‘fluído’, que na verdade é o particípio passado do verbo fluir. Define-se fluido como sendo todo elemento ou substância que não tem forma própria. São considerados como fluidos os líquidos e os gases. Há outros mais sutis, como o fluido elétrico e o fluido magnético.
Assim como temos fluidos materiais, que fazem parte do nosso dia-a-dia, também há fluidos de natureza espiritual.
Os fluidos materiais são manipulados pelo próprio ser humano de inúmeras formas, conforme as necessidades para manutenção da vida física: na elaboração dos alimentos, na composição de medicamentos, na utilização de aparelhos eletroeletrônicos, entre outros.
Já os fluidos de natureza espiritual são manipulados pelos Espíritos, e essa utilização não depende do seu nível de evolução; tanto os Espíritos superiores quanto os inferiores, manipulam fluidos espirituais. Nós não podemos ver esses fluidos, mas podemos sentir seus efeitos pela agradável ou desagradável sensação que nos proporcionam.
Infelizmente no meio espírita, o uso da palavra ‘energia’ também se espalhou. Encontramos, com frequência, expressões como: energias positivas e negativas, doação de energias, centros energéticos, energias descompensadas, etc. É muito comum, por exemplo, dizer que o passe é uma “transfusão de energias”. O correto é dizer que o passe é uma transfusão de fluidos de natureza superior, que irão auxiliar no equilíbrio espiritual, mental e também físico de quem o recebe.
É preciso recorrer sempre aos ensinamentos dos Espíritos Superiores a respeito, através das obras de Allan Kardec. Ele foi fiel aos ensinamentos dos Espíritos e aos conceitos científicos já admitidos e empregados em sua época (e ainda hoje). Mesmo tendo esse grande cuidado, Kardec ainda assim foi criticado. O que seria dele e da Doutrina caso tivesse optado por não se preocupar com o aspecto científico contido nos ensinamentos que recebia da Espiritualidade? Não deve passar desapercebido, para quem estuda com profundidade as obras de Kardec, que ele não empregou a palavra ‘energia’ em nenhum de seus livros, nem na Revista Espírita.Em sua quinta e última obra “A Gênese”, ele dedicou um capítulo para tratar especialmente dos “Fluidos” (Capítulo 14).
O Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, também tratou dos fluidos na obra “Evolução em dois mundos”. Já no capítulo 1 da Primeira Parte, ele trata do ‘Fluido Cósmico’ e, no Capítulo 13, ele trata da ‘Alma e Fluidos’.
Esses temas são trabalhosos e, devido à sua dificuldade, oferecem uma resistência muito grande para o seu estudo nas casas espíritas. Sem dúvida, a questão é complexa e profunda, mas isso não impede que se aprenda, com Kardec, a utilizar os conceitos espíritas de forma correta.
Muitos poderão contestar dizendo que Jesus também não disse nada a respeito desse assunto. Disse sim, e várias vezes! Mas, adequando seus ensinamentos à capacidade de compreensão das pessoas daqueles tempos, Ele utilizou essa verdade sublime através de um conceito que Ele destacou com ênfase: a fé. Dizia Ele aos que recebiam a benção da cura de seus males: ‘a tua fé te salvou’; ou aos que se sentiam sobrecarregados pelo sofrimento: ‘se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda...’!
A fé, capacidade de confiança no poder divino, semente que todos podem desenvolver, foi enfatizada por Jesus em muitos de seus ensinamentos, mostrando o grande poder de atração que ela possui, em benefício de quem a soubesse aplicar com sabedoria. Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo (Cap. 19, item 5) também citou a fé, como poderoso fluido magnético, isto é, com grande poder de atração,  dizendo que ‘graças a ela, o homem age sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá impulso por assim dizer irresistível.’
Recomenda-se portanto, muita cautela no emprego desses dois conceitos: energia e fluido. Importante analisar as obras espíritas, sobretudo as da atualidade, para verificar até que ponto os autores estão comprometidos com os aspectos científicos da Doutrina, mantendo fidelidade aos mesmos, assim como Kardec o fez. 
(Tema apresentado na reunião pública do dia 4 de junho de 2012)


12 comentários:

Adriano lauri disse...

Mesmo estando mais em "moda" a palavra energia, devemos entender, definitivamente, que energia e fluido não são a mesma coisa.....

Energia é o resultado da ação do Espíritos sobre o Fluido cósmico universal, senão, vejamos a pergunta 27 de O Livro do Espíritos e entenderemos que existem apenas e tão somente 3 elementos no universo: Deus, fluido cósmico universal e Espírito e TUDO O MAIS deriva da ação entre eles, ou seja, ratificando, ENERGIA é Fluido cósmico universal manipulado pelo Espírito.

Sérgio disse...

Em verdade, energia é a vontade em ação. No caso específico da questão fluídica, ela será sempre a força da vontade ou o vigor desta vontade, quando aplicados para movimentar os fluidos. Estudemos seriamente, o "Capítulo XIV – Os fluidos", que se encontra em a Obra da Codificação Espírita, A Gênese.
Sigamos firmes com Jesus e Kardec.

Anônimo disse...

Francamente, é desesperador observar o clima de pseudointelectualidade que permeia o Espiritismo. Até quando se usarão conceitos protocientíficos do Século XVIII, para tentar convencer os incautos. Será que vocês nunca vão entender que não existe essa bobagem de fluido elétrico e muito menos essa de fluido magnético? Eletricidade e magnetismo já estão devidamente explicados pela ciência há mais de um século. Por favor, eletricidade não é fluido, eletricidade é deslocamento de partículas subatômicas (os elétrons). Busquem orientação com físicos, atualizem seus conceitos científicos. Vocês não percebem que estão ainda na era da alquimia e discursando que Espiritismo é ciência? Até quando, meu Deus? Santa ignorância!

Sérgio disse...

Vamos utilizar das palavras de Allan Kardec, para expressar nossa opinião, com o devido respeito à vossa, prezado "Anônimo".

"Cada um não é bom juiz senão naquilo que é da sua competência. Se quereis edificar uma casa, pegais um músico? Se estais doente, vos fareis tratar por um arquiteto? Se tendes um processo, tomais os conselhos de um dançarino? Enfim, tratando-se de uma questão teológica, a resolvereis com um químico ou um astrônomo? Não, cada um em seu ofício. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que se pode manipular à vontade; os fenômenos que ela produz têm por agentes as forças materiais. Os do Espiritismo têm por agentes inteligências que têm sua independência, seu livre arbítrio, e não estão submissas aos nossos caprichos; eles escapam, assim, aos procedimentos anatômicos ou de laboratórios, e aos nossos cálculos, e desde então não são da alçada da ciência propriamente dita."
Revista Espírita, ano 1859.

"Aquele que se fez um especialista prende todas as suas ideias à especialidade que adotou. Tirai-o daí e o vereis quase sempre desarrazoar, por querer submeter tudo ao mesmo cadinho: consequência da fraqueza humana. Assim, pois, consultarei, do melhor grado e com a maior confiança, um químico sobre uma questão de análise, um físico sobre a potência elétrica, um mecânico sobre uma força motriz. Hão de eles, porém, permitir-me, sem que isto afete a estima a que lhes dá direito o seu saber especial, que eu não tenha em melhor conta suas opiniões negativas acerca do Espiritismo, do que o parecer de um arquiteto sobre uma questão de música. As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente; os fenômenos Espíritas repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos. As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto de partida. Querer submetê-las aos processos comuns de investigação é estabelecer analogias que não existem. A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter. Vedes, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência."
O Livro dos Espíritos, Introdução.

Portanto, meu amigo, nós Espíritas não temos a pretensão nem mesmo a intenção de querer induzir quem quer que seja a aceitar as teorias do Espiritismo, muito pelo contrário, todos somos livres para acreditar no que quisermos. É a isto que chamamos livre arbítrio. Contudo, Allan Kardec vai afirmar em a Introdução de O Livro dos Espíritos: "O homem que considera sua razão infalível, está bem próximo do erro."


capoeira só angola disse...

Isto não era energia e sim eletricidade...

SARA disse...

Eu entendi que energia e fuído, diferem no seguinte: um flui, trnasmite, já o outro indica ação, no sentido de agir. Será isto? Me corrijam se eu estiver errada.
Obrigada🙏

SARA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
SARA disse...

"Há mais mistérios entre o céu e terra, do que nossa vã filosofia" Willian Shakespeare. Não é dado ao homem, todo o conhecimento, senão de acordo com o grau evolutivo de cada um.
NINGUEM detém todo o conhecimento, pois este seria como uma luz forte que vos cegaria.
Paciência é uma virtude a ser conquistada
Paz

Anônimo disse...

Eu acho que esse assunto não pode ficar resolvido definitivamente de maneira tão simplista.

Para manter o rigor científico que Kardec pretendia é necessário se atualizar com a terminologia apresentada pela ciência moderna e com seus avanços, esta foi a recomendação do codificador.

Sendo assim, me parece que, essa análise fluido-energia exprimida no texto não está no tamanha da complexidade do tema.

Kardec certamente empregou temas para explicar fenômenos que ainda não haviam sido descobertos/ fundamentados pela ciência. Qualquer investigação e tentativa de resolver essas questões precisa ser mais séria e profunda.

Quando Kardec escreveu suas obras já existia o termo “energia”?
Quando esse termo surgiu?
Quais são todas as significações possíveis atribuídas a esse termo?
Estudando as conexões do termo a sua representação na realidade e estudando as aplicações do termo fluido na realidade, há pontos de tangência? Há diferenças?

Essas são as primeiras questões que devem ser respondidas com seriedade e profundidade. Essas questões levarão a outras que também precisam ser respondidas. Só assim, teremos algum entendimento e rigor com a realidade.
A REALIDADE deve sempre pautar a conexão terminologica.

Anônimo disse...

empregou termos*

Terezinha Abrahim disse...

Cada linha dos textos acima, é um grande aprendizado para todos nós, principalmente na Introdução do LIVRO DOS ESPÍRITOS.

Angelo disse...

Anônimo, sua argumentação é totalmente pertinente... concordo em número, gênero e grau!

"(...) eletricidade não é fluido, eletricidade é deslocamento de partículas subatômicas (os elétrons). Busquem orientação com físicos, atualizem seus conceitos científicos. Vocês não percebem que estão ainda na era da alquimia (...)"

Exato!

Quando Kardec escreveu seus textos e de conformidade com o que os 'Espíritos Superiores' revelavam (ora, o pensamento deles sempre necessita passar, ou atravessar o cérebro dos médiuns! Não tem jeito!), não se tinha ainda a terminologia adequada para definir a realidade dos 'campos de força' (em razão disso, houve um esforço pra descrever aquilo que só poderia ser descrito com mais precisão depois de 1870!) por que o conceito de energia no sentido de 'relação entre grandezas' e não como substância ou 'fluido', na época em que os Espíritos revelavam o 'imponderável'; somente se apresentou com mais propriedade a partir das pesquisas de físicos e engenheiros por meio dos trabalhos de Maxwell, Carnot e Hertz...

Falo com conhecimento de causa porque minha formação é em Física... e me interesso bastante por essas temáticas (Física X Espiritismo).