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sábado, 13 de julho de 2013

O poder da resignação

Virtude esquecida e pouco trabalhada, a resignação é a base para nossa paz com Deus.
Ensina-nos o benfeitor espiritual Lázaro, em “O Evangelho segundo o Espiritismo” (Cap. IX, item 8), que: “a obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração.”
Sobre essa virtude, o benfeitor espiritual André Luiz, em seu livro “Agenda cristã”, ensina que “a rocha garante a vida no vale por resignar-se à solidão” e que “a resignação tem o poder de amenizar o impacto causado pelo sofrimento.”
Resignação não é o mesmo que conformismo. Enquanto o conformista se acomoda às circunstâncias, seja por preguiça, indolência, orgulho ou, até mesmo, por ignorância, o resignado procura se adequar sempre aos desígnios divinos e às lições de Jesus, sem deixar de se melhorar, melhorando a vida em torno de si e daqueles com quem vive.
Os que vivem revoltados ou indignados contra tudo e contra todos, acabam por se tornar antipáticos aos outros, além de correr o risco de prejudicar a própria saúde, física e mental.
Já os submissos a Deus, confiantes na bondade e na misericórdia divina, acabam por conquistar a simpatia e a admiração dos outros, tornando-se, eles mesmos, exemplos dessa virtude. Ser resignado é estar em paz com Deus e estamos em paz com Ele quando nos submetemos, confiantes, aos Seus desígniosMas a resignação não é possível sem uma fé sólida e esclarecida. Quanto mais robusta a fé, maior o sentimento da resignação. Essa é uma das muitas contribuições da Doutrina Espírita. Além de esclarecer consolando e consolar esclarecendo, ela nos ensina a voltar os olhos para o futuro, acalentando-nos com as bênçãos da esperança na vida futura – a vida espiritual – nossa herança divina. É o que nos ensina o Espírito Emmanuel, no livro “Benção de paz”, (Cap. 51):
“Falta-nos reconhecer – mas reconhecer claramente – que Deus está em nós, conosco, junto de nós, ao redor de nós e que, por isso mesmo, é imperioso, de nossa parte, aceitar as lições difíceis, mas sempre abençoadas do sofrimento, nas quais, a pouco e pouco, obteremos a coragem suprema da fé invencível.”
Allan Kardec, em suas obras, nos legou preciosas orientações em torno da resignação, inclusive no sentido de rogarmos aos Bons Espíritos o auxílio necessário para a conquista dessa virtude. No Cap. V, item 13, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em suas considerações sobre os motivos para a resignação, ele afirma:
“O resultado da maneira espiritual de encarar a vida é a diminuição de importância das coisas mundanas, a moderação dos desejos humanos, fazendo o homem contentar-se com a sua posição, sem invejar a dos outros, e sentir menos os seus revezes e decepções. Ele adquire, assim, uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como à da alma.”
No capítulo dedicado às preces, Kardec incluiu três sugestões de rogativas para solicitarmos, aos Bons Espíritos, a benção da resignação nas situações aflitivas da vida, (Cap. XXVIII, itens 30-33), esclarecendo que:
“Em todos os casos, devemos submeter-nos à vontade de Deus, suportar corajosamente as atribulações da vida, se quisermos que elas nos sejam contadas e que se apliquem sobre nós estas palavras do Cristo: Bem-aventurados os que sofrem.”
Com a revolta diante das aflições da vida, não alcançaremos a vitória espiritual sobre nós mesmos, correndo o risco de termos que repetir essas experiências, talvez em condições mais difíceis, em futuras existências. Porém, com a resignação, nossas dores serão como os primeiros avisos de que nossa alegria espiritual está a caminho.
Considerando que tudo se resume numa única palavra – aceitação – Emmanuel conclui seus comentários sobre a resignação, na mesma lição citada: “Devemos “confiar em Deus nos de céu azul, mas igualmente confiar em Sua Divina Providência nas horas da tempestade. Acolher a dor como sendo a preparação da alegria. Atravessar a provação, entesourando experiência. Observar as leis da vida e acatá-las, compreendendo que a dificuldade é instrução imprescindível.”
(Tema abordado na reunião pública do dia 24 de junho de 2013)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

As alegrias do coração


Desde os tempos mais longínquos, os homens se reúnem para a realização de celebrações. No princípio, essas comemorações estavam mais particularmente relacionadas aos fenômenos da natureza tais como as estações do ano, a época das colheitas, etc. Também se incluem as celebrações relacionadas às divindades protetoras, como por exemplo, os deuses da caça, da pesca, do sol, do trovão, das matas. Incluem-se também as festas religiosas, que todos os povos e nações, de alguma forma, realizam.
Se no princípio essas comemorações se caracterizavam pela simplicidade e até mesmo por uma certa ingenuidade, não demorou muito para que os homens aproveitassem esses momentos para extravasar seus vícios e paixões inferiores, como uma válvula de escape. Aquilo que a princípio era considerado como sagrado começou a ser invadido pelo profano.
Embora nosso mundo ainda seja de expiações e provas, Deus permite à humanidade momentos de alegria, necessários para a vida em comum e para fortalecimento da confiança e da esperança na bondade e na misericórdia divinas. Mas há que se fazer uma distinção entre as alegrias mundanas e as alegrias espirituais e o grande desafio está em se deixar as primeiras para se conquistar as segundas: as alegrias do coração.
Há uma falsa concepção, que atravessa os séculos, de que para se mostrar cristão seja necessária uma aparência severa, fechada, carrancuda. Tanto é verdade que os adeptos de certas crenças são caracterizados justamente pela maneira como se vestem ou com as características físicas que apresentam, sempre austeras.
Sobre essa questão há um oportuno esclarecimento em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, na Capítulo XVII, item 10, na mensagem cujo título é “O homem no mundo”. O autor espiritual afirma:
Não penseis, porém, que ao vos exortar incessantemente à prece e à evocação mental, queiramos levar-vos a viver uma vida mística, que vos mantenha fora das leis de sociedade em que estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens; sacrificai-vos às necessidades, e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com um sentimento de pureza que as possa sacrificar.”
De fato, o verdadeiro cristão deveria ser um perene otimista, já que é conhecedor das promessas de Jesus para a vida futura. E o espírita, particularmente, mais ainda, pois é conhecedor das leis que regem a vida material e a espiritual, as quais acarretam conseqüências morais baseadas nos ensinamentos de Jesus. Por isso a recomendação do benfeitor espiritual na mensagem acima citada:
“Estai sempre alegres e contentes, mas com a alegria de uma boa consciência e a ventura do herdeiro do céu, que conta os dias que o aproximam de sua herança.”
É importante destacar que o Espiritismo nada proíbe, já que todos, sem distinção, são dotados da liberdade de escolher o que melhor lhes convém. Portanto, a questão não é proibir a participação nos momentos de alegria que a condição humana permite, mas sim o exame da própria consciência: o que se pretende fazer acarretará algum prejuízo ao próximo? Acarretará algum prejuízo a si mesmo? Essa advertência não deixou de ser citada na mensagem do benfeitor espiritual:
“Sede felizes no quadro das necessidades humanas, mas que na vossa felicidade não entre jamais um pensamento ou um ato que possa ofendera Deus, ou fazer que se vele a face dos que vos amam e dirigem.”
Para aqueles que consideram necessário participar de tantas festas, incluindo as coletivas, para “aliviar as tensões” – dizem eles – vale o conselho desse benfeitor espiritual:
“Basta referir todos os vossos atos ao Criador, que vos deu a vida. Basta, ao começar ou acabar uma tarefa, que eleveis o pensamento ao Criador, pedindo-lhe, num impulso da alma, a sua proteção para executá-la ou a sua benção para a obra acabada. Ao fazer qualquer coisa, voltai o vosso pensamento à fonte suprema; nada façais sem que a lembrança de Deus venha purificar e santificar os vossos atos.”
No entanto, para aqueles que já não se encantam com as alegrias mundanas, que já descobriram o quanto é necessário saber aproveitar construtivamente o tempo de vida aqui na Terra, estes vão percebendo que existem outras alegrias: as alegrias espirituais. E sobre estas, há valiosa sugestão em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em belíssima mensagem intitulada “A beneficência” (cap. XIII, item 11), do benfeitor espiritual Adolfo, bispo de Alger. Afirma ele:
“A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo, os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença.” 
É importante destacar, nessa frase, que as alegrias mundanas podem apresentar, como consequência, o remorso e a indiferença... Por esse motivo é que ele destaca a grande diferença entre as alegrias mundanas e as alegrias do coração, justamente pelos efeitos que cada uma proporciona:
“Quais as festas mundanas que se podem comparar a essas festas jubilosas, quando, representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias, que da vida só conhecem as vicissitudes e as amarguras”.
Acrescenta o generoso benfeitor que as alegrias do coração, conquistadas pela prática da caridade, proporcionam “infinitas alegrias para o próprio futuro, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão.” E aconselha com humildade:
“Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes fala e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida.”
A alegria do coração consiste em promover a alegria do próximo que, por algum momento, se encontra em desvalimento, seja material ou espiritual. Nesses momentos o homem atua como um “representante da Divindade”. A bondade e a generosidade constantes em favor do próximo resultarão em alegrias espirituais sublimadas. Foi o que ele afirmou: “Colhereis neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde... somente Deus o sabe!”
 Há uma canção muito conhecida no meio espírita: é a “Canção da alegria cristã”, cujo autor foi Leopoldo Machado (1891-1957). Jornalista, professor, escritor, grande incentivador das confraternizações espíritas e da união entre os mesmos, vivenciou a Doutrina Espírita em toda a sua plenitude. A letra singela dessa canção deixa a todos o exemplo claro de como vivenciar esses momentos:


Canção da alegria cristã

Somos companheiros, amigos, irmãos,
Que vivem alegres, pensando no bem.
A nossa alegria é de bons cristãos,
Não ofende a Jesus, nem fere a ninguém.

A nossa alegria é bem do Evangelho.
Vibra e contagia da criança ao velho,
Mesmo entre perigos daremos as mãos,
Como bons amigos, como bons cristãos.

Sempre ombro a ombro, sempre lado a lado,
Vamos trabalhar com muita alegria,
Pelo Espiritismo mais cristianizado
Pela implantação da paz e harmonia.

A nossa alegria é bem do Evangelho.
Vibra e contagia da criança ao velho,
Mesmo entre perigos daremos as mãos,
Como bons amigos, como bons cristãos.

(Tema abordado na reunião pública do dia 11 de fevereiro de 2013)